Diante das divulgações ocorridas nesses últimos dias sobre o caso de estupro da menina de Santa Catarina e da atriz Klara Castanho, poderia falar aqui sobre vários fatos que chamaram minha atenção, mas vou tentar me conter no papel da mulher.
Minhas amigas e meus amigos, como é difícil ser mulher, hein?! A mulher é atacada em tudo que faz e/ou deixa de fazer. É impressionante como sempre se tem uma crítica a respeito de algum acontecimento que envolve a mulher.
Vi, entre algumas postagens por aí, uma que tinha a ideia assim: sentiu-se culpada e não fez o B.O, mas não teve culpa ao entregar o/a filho (a). Isso me chamou muito a atenção… Só ela, no caso da atriz, sabe a dor e o sofrimento que irá carregar pelo resto da vida, ninguém está na posição de julgar ninguém e que falta de empatia com uma outra mulher…muito triste.
Um ponto que me chama atenção é que sempre é a mulher que aparece.Não me lembro de muitas notícias de abusadores/estupradores presos, a não ser alguns casos “famosos” como o Maníaco do Parque.
É a mulher que fica exposta, como se o problema fosse ela, fica tendo que escrever cartas, contar, se justificar. E o indivíduo que cometeu o ato? Não precisa falar nada, não aparece? Não é preso? Vocês percebem a distorção: como sempre o peso e a exposição recaem sobre a mulher?
Não quero ser moralista, nem feminista, nem isso, nem aquilo. Só tento ampliar a visão sobre determinados assuntos. Penso que no caso da mulher ser respeitada e ter seus direitos cumpridos será um trabalho que ainda levará anos, infelizmente.
Temos uma cultura e uma história que não nos favorecem, comportamentos enraizados no nosso inconsciente, tanto das mulheres como no dos homens, que levará tempo para se desprender.
Enquanto isso, vamos tentando ser livres do jeito que é possível, cobrando das autoridades uma posição justa e não se calando diante de crimes, muito menos de criminosos.
Que um dia a mulher possa apenas SER!
Jéssica Amadeu de Freitas
(Psicóloga clínica na abordagem psicanalítica)
CRP 06/118656
(17) 99616-1564