Neste domingo de carnaval de “fevereiro” de 2022, em que comemoramos mais um ano sem carnaval em Jales, me vem à lembrança a Agremiação Sputnik (nome sugerido pelo saudoso Prof. Luiz Carlos de Oliveira) que sempre “surrava” os Acadêmicos na passarela do samba que era a Avenida Francisco Jalles. Mas, falar de carnaval é botar o bloco dos sujos na rua. O Sputnik com seus jovens sonhadores, límpidos e puros como as águas de riachos cristalinos. Cabelos longos, idéias borbulhantes, fome de cultura, etc. foi uma agremiação que marcou época em Jales. Antonio Viera Junior, Hélio Barbosa e Wilson Tonelli que o digam.
Nesta semana de carnaval, vou abrir a janela da saudade e ver, com a tristeza de um Pierrot, a nossa Avenida que já foi palco de grandes desfiles, completamente deserta. Nenhum bloco, nenhuma escola, nenhuma turma de jovens e crianças fantasiadas, que tristeza! A cidade vazia de carnaval. Fecho os meus olhos e meus pensamentos me transportam para um passado distante, lá nessa mesma Av. Francisco Jales… Nossos blocos se reuniam nos dias de carnaval, Sputnik, Acadêmicos, Escola Capela e Bloco dos Sujos. Era uma disputa saudável, como eram também os velhos carnavais do Clube do Ipê, com suas deliciosas marchinhas.


As melhores experiências da vida são relembrar coisas boas: “a primeira namorada, o primeiro beijo, a primeira calça Lee, o primeiro baile de carnaval e por aí vamos”.

Outro bom exemplo, as deliciosas marchinhas de carnaval que, infelizmente, ao longo da história carnavalesca foram sofrendo influências, influências o que contribuiu, e muito, para que o carnaval dos dias de hoje estar muito distante da sua origem, ou seja, do verdadeiro carnaval, com suas rainhas, pierrôs, colombinas, palhaços e príncipes. Evidentemente que ninguém tem o direito de usar sua própria lógica para julgar tudo isso, e cada um leva a vida como quer; porém, se qualquer um de nós, deixar de fazer a sua parte, não vai ter leitinho no café da manhã do dia seguinte! E, antes de apontar o dedo pra alguém, vamos ver se não tem um pedacinho do nosso cordão umbilical. Acreditar, hoje, em um respeito às nossas tradições, onde interesses possam ser postos de lado, em benefício da alegria de todos é impossível, como diria o mestre Chico Buarque de Holanda: “Apesar de você, amanhã há de ser outro dia”, ou quiçá outro carnaval!Mas, o que eu quero mesmo é botar o meu bloco na rua. Salve as marchinhas de carnaval… Salve o Clube do Ipê – Carnaval das marchinhas 2022!.
Tanto riso,
Oh! quanta alegria,
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando
Pelo amor da Colombina
No meio da multidão!

  • Marco Antonio Poletto (É Gestor no Poder Judiciário, Historiador, Articulista e Animador Cultural)

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