Nos encontros com pessoas em bailes da terceira idade é muito fácil perceber conversas de amigos se elogiando por estarem bem, com aparência cada vez melhor e com disposição para atividades que muitas vezes seriam difíceis de serem executadas com os anos avançando, quando a tendência é o declínio das motivações para desenvolver trabalhos que envolvam movimentação do corpo e da mente. Por que isso acontece?
Um grupo de especialistas em idade da Universidade de Leeds, na Inglaterra, descobriu a causa depois de realizar uma pesquisa durante um ano com um grupo de 685 participantes com idade entre 55 e 85 anos e perceberam algo que eles estavam começando a imaginar: a dança era o motivo dessa disposição e rejuvenescimento.
Para fazer a pesquisa eles convidaram várias pessoas de comunidades carentes para se integrar à turma de aulas semanais de dança e foram notando que a sessões estavam beneficiando os participantes de forma bastante significativa, isso porque, além da própria atividade e movimentos motivados pela música havia as interações sociais e uma sensação pessoal de volta à juventude.
Os benefícios foram muitos, pois além dessas vivências, no final do período da pesquisa o grupo também mostrou claramente um aumento nas suas atividades que foram crescendo ao longo de todo o ano, com todos relatando melhorias no seu estado físico, com mais animação e bem-estar, se sentindo mais fortes e mais confiantes, além terem a impressão de viverem como se não fossem tão idosos.
O fato de pelo menos um terço serem de idosos de comunidades carentes mostrou ainda que o trabalho também tinha como finalidade destacar a inclusão no grupo para o qual foram convidadas pessoas de diferentes níveis sociais e de atividades diversificadas. No final, os relatórios mostraram que houve não apenas esse aumento da força física proporcionado pela dança, mas também uma melhoria no estado mental dos participantes.
Os pesquisadores ficaram tão animados que passaram a divulgar os benefícios de um programa como esse, de fácil execução, praticamente sem custos e com resultados comprovadamente eficazes que pode ser desenvolvido em qualquer comunidade, pois fatalmente o resultado é uma melhoria na qualidade de vida do grupo, reativando as energias de cada um para um envelhecimento menos acomodado, prolongando seus períodos de atividades físicas ou voltadas para algum trabalho voluntário.
É importante destacar que o estudo revelou que mesmo as pessoas com idade mais avançada, acima de 85anos, também se beneficiam, mostrando que a dança realmente contribui para o rejuvenescimento pelas suas inúmeras oportunidades tanto físicas quanto mentais, sendo que na maioria das vezes as duas partes acabam sendo favorecidas por incluir movimentos e integração entre o grupo.
A conclusão é que como todos sabem, a ausência de atividade contribui para o envelhecimento precoce, muitas vezes provocando doenças físicas e neurológicas pela falta de disposição ou motivação para a pessoa se movimentar, mas a dança, nesse caso, parece ser mais rejuvenescedora pelos motivos expostos e por suas características interativas e motivadoras, muitas vezes levando as pessoas a uma verdadeira volta ao passado.

Eugenia Ramires (Neuroeducadora)
Blog: FloreSer Neurodiversidade

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