Rick Chesther é um brasileiro que nasceu na miséria, fez fortuna vendendo água nas praias do Rio de Janeiro e já deu palestra na famosa Universidade Harvard, nos Estados Unidos, sobre sua experiência de vida e negócios.
Em um dos seus vídeos mais famosos na internet, ele afirma que pessoas próximas, como parentes e amigos, não vão prestigiar seu negócio, não comprarão nada de vocês, pelo menos até que o seu sucesso seja algo inquestionável (e eles consigam dominar a inveja). Fato.
Nesse seu discurso também, ele comenta que os indivíduos não compram produtos nem consomem serviços inclusive nos bairros onde residem, preferem as grandes marcas ou nomes já consolidados. O que, convenhamos, não faz nada bem para os pequenos e médios empresários e empreendedores, não é mesmo?
É sobre isso que quero tratar nesse espaço hoje: a falta de consciência social que muitas vezes temos na expectativa de economizar alguns poucos centavos no caixa. Vou dar um exemplo prático desse raciocínio.
É claro que um hipermercado pode vender frutas e verduras (e todos os outros produtos) um pouco mais baratos do que a quitanda da esquina de casa. O volume da compra permite isso.
Entretanto, é na quitanda da esquina que eu tomo café feito na hora, bato papo com os donos e vizinhos colocando em dia as notícias do bairro, tenho ajuda na escolha dos melhores produtos e ainda recebo dicas de outros profissionais confiáveis da região: o cabelereiro, o barbeiro, a manicure, a escola de natação, de Pilates, a costureira, entre outros.
Consumindo nos negócios do bairro, não se trata apenas de um relacionamento de compra e venda. É uma relação de confiança, de amizade. Serve até de terapia. Quanto custa tudo isso? Talvez alguns centavos a mais. Mas quem foi que disse que a vida precisa ser direcionada a só economizar centavos?
Ao escolher os profissionais e serviços do bairro você reforça laços. A vizinhança se torna comunidade parceira. E rola até aquele serviço extra de segurança, um tomando conta do outro, cuidando de todos.
Mas não me entendam mal. Esse não é um texto contra os grandes comerciantes. Não é mesmo. Até porque os supermercados, as grandes drogarias, as megalojas de pets também estão nos bairros, não é mesmo? É apenas um texto para que as pessoas não desprezem os pequenos e a economia possa circular.
Se já houver um equilíbrio de escolhas, isso ajudará a todos.
Ayne Regina Gonçalves Salviano (É mestre em Comunicação e Semiótica. Empresária do ramo educacional em Araçatuba e Birigui)