Os pensamentos negativos costumam dominar nossas mentes nos levando muitas vezes a nos desligar do que é positivo, interferindo no que buscamos ou procuramos realizar, mas existem formas de fazer com que o pessimismo se afaste, reconhecendo o que há de bom em nossas vidas.
Um desses modos de inverter essa tendência é o que o professor de psicologia na Universidade da Califórnia, em Davis, Robert Emmons, chama de gratidão madura, quando aprendemos a religar o cérebro no pensamento positivo, formando novas conexões, lembrando o conceito de que “neurônios que disparam juntos, conectam-se juntos”.
É bem comum nossa tendência de sermos atraídos pelo lado pessimista, o que explica a preferência de muitos por informações negativas, mais do que pelas positivas.
A gratidão madura seria, então, uma forma de nos voltarmos para atitudes que nos levem a pensar diferente, com sentimentos como a própria gratidão pela vida e por um poder superior e apreciando pequenas coisas, observando detalhes, sentindo a natureza e a beleza nas suas diversas manifestações, levando-nos a esquecer do que não é bom.
Por isso é preciso começar a pensar mais nos aspectos positivos das nossas vidas, pois quando ouvimos uma notícia positiva, temos um pensamento positivo ou recebemos feedback positivo. Nesse sentido, é recomendável sempre estarmos atentos para reprogramar nosso cérebro contra o negativismo reservando um tempo para refletir, ser grato e estar ciente das coisas boas que acontecem ao nosso redor ou no mundo.
O comportamento também faz parte desse processo de reversão do cérebro para o que é bom e nos faz sentir melhor como quando praticamos algum ato de bondade ou generosidade, tendo a gentileza como princípio, nos animando para outras atitudes nesse sentido.
Todo esse processo acaba tendo mais um elemento construtivo em nossas mentes, ao desencadear posturas sociais e de comportamentos solidários e colaborativos que passam a se tornar rotina, em função dessa transformação no foco dos nossos pensamentos que além, do mais nos reanima sem nos preocupar em receber em troca o bem que praticamos.
Devemos lembrar-nos também que a nossa mente agradece, pelo alívio que proporciona o fato de nos ligarmos na leveza dos pensamentos, sem a densidade da revolta ou da indignação desnecessária diante de nossa impossibilidade de atuarmos quando recebemos determinadas informações.
Isso não quer dizer que precisamos ser sempre passivos ou alienados, pois a indignação faz, sim, parte das atitudes que devemos assumir quando nos defrontamos com fatos ou informações que exigem algum tipo de postura ou exigência descabida para nós ou para a sociedade.
Quando agradecemos também devemos lembrar-nos que podemos estar ajudando o outro, pois a pessoa agradecida se sente mais valorizada e segura para enfrentar as adversidades, muitas vezes em momentos difíceis que nós nem percebemos.
O exercício para agradecer é muito simples: é focar no que é positivo, fazendo disso um hábito, um treinamento constante até nos acostumarmos e sentirmos os benefícios que essa prática nos proporciona. Permanecer momentos em silêncio, ficar com a família, sentir a natureza, as belezas do dia e da noite nos torna melhor, pois não estamos fazendo nada além do que agradecer pelas coisas boas da vida. E isso não tem preço.

Eugenia Ramires (Neuroeducadora)
Blog: FloreSer Neurodiversidade

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