As pessoas deveriam aprender algumas verdades sobre a vida para tornar essa caminhada mais suave. Por exemplo, é muito importante entender que a sua verdade não é, necessariamente, a minha verdade. E está tudo bem.
Cada um de nós tem o direito de pensar o que quiser sobre os mais diferentes assuntos porque somos construídos, ao longo da vida, por uma série de experiências que se tornam filtros e moldam nossas personalidades como impressões digitais, únicas.
Mesmo dentro das famílias, cada filho recebe, de forma diferente, as informações dos pais. Eles podem repetir a mesma ladainha para todos, mas cada um deles será singular, como os dedos das mãos, porque terá influências externas, especialmente dos amigos e dos lugares que frequenta.
Em tempos de moral e ética tão enviesados, formação religiosa (ou não) tão peculiares e escolas cada vez mais sendo cobradas para ensinar modos de vivência em sociedade em vez de matemática ou português, o resultado é essa diversidade que vemos todos os dias, mas que alguns se assustam.
Como afirmei anteriormente, cada um de nós tem o direito de pensar o que quiser, mas, contudo, entretanto e todavia, não (não!) podemos agir da forma que quisermos, há regras sociais que precisam ser cumpridas para o pleno exercício da vida em grupo.
Entre as ações que não podemos praticar está, justamente, tentar obrigar alguém a pensar como nós, não aceitar o diferente, querer impor uma vontade, uma preferência, uma religião, um partido político, enfim, um jeito de ser que, de novo, é não é o único.
Mas regredimos a esse ponto. Voltamos ao século XVI. É como se o Iluminismo não tivesse acontecido. Os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade comuns a partir do século XVII na Europa e que se espalharam pelo mundo todo não tem muitos adeptos em pleno século XXI no Brasil.
Os discursos são de ódio. Odeia-se tudo o que é diferente. E essa força do ódio está sendo alimentada, todos os dias, por pessoas que querem impor suas preferências. Os crimes são diários e a violência só cresce. Esquecem-se eles que a sociedade criada a partir de imposições tem nome e história dolorosos. Nenhuma ditadura é boa, nem de esquerda nem de direita, nem religiosa, nem de nenhum outro tipo.
As pessoas são diferentes entre si. E para viver em sociedade precisam estar organizadas pelo bem, se não de todos, pelo menos da maioria e aqui eu estou me referindo a números. O Estado não pode servir uma minoria (numérica). Ele precisa trabalhar por todos aqueles que precisam dele.
Mas você pode pensar diferente de mim, e está tudo bem.

Ayne Regina Gonçalves da Silva (É jalesense. Jornalista com mestrado em Comunicação e Semiótica. Professora especializada em Metodologia Didática. Franqueada da Damásio Educacional em Araçatuba e Birigui)

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