O próximo dia 4 de maio é a data limite para que os jovens brasileiros de 16 e 17 anos tirem o título de eleitor para votar nesse ano. Mas, até o momento, pouco mais de 830 mil adolescentes nessa faixa etária têm o documento, segundo a Justiça Eleitoral.
É o menor número registrado em 30 anos desde que o voto foi tornado facultativo para esse grupo. Só para comparar, em 2018, esse grupo era de 1,4 milhão de eleitores, mas vem diminuindo desde então ano após ano.
Para reverter essa situação, o próprio TSE – Tribunal Superior Eleitoral iniciou uma campanha de conscientização sobre a importância de participar dos processos políticos em uma democracia. Os estados mais engajados para conquistar esse público foram São Paulo, Minas Gerais e Bahia.
Já Roraima, Rondônia e Amapá foram aqueles com a menor quantidade de pessoas entre 15 e 18 anos que buscaram a Justiça Eleitoral para tirar o primeiro título. O documento pode ser obtido nos cartórios eleitorais e também pela internet, no site do TSE, pelo sistema Título Net.
Segundo o Tribunal, do total de novos títulos tirados pelos jovens, a procura foi maior entre as mulheres: 52.561 contra 43.864 homens. As faixas etárias que registraram os melhores índices foram as de jovens com 18 e 17 anos, respectivamente. Apenas 4.387 mil novos títulos foram de adolescentes de 15 anos que completarão 16 até o dia da eleição.
Numa corrida contra o tempo, personalidades começaram a veicular, espontaneamente, pedidos para que os jovens brasileiros participem do processo eleitoral.

A cantora Anitta, a mais ouvida do mundo nas últimas semanas, vem publicando, nas suas redes sociais, pedidos para que esses adolescentes tirem o título e votem.

Até o ator norte-americano Mark Ruffalo, que interpreta o personagem Hulk nos filmes “Os Vingadores”, sucesso mundial da Marvel, está fazendo apelos aos jovens brasileiros. E depois deles, outros, muitos, já se uniram ao movimento: atores, atrizes, cantores, escritores, artistas plásticos, entre outros.
Por que o movimento? Para acordar a juventude anestesiada na sua inatividade. Para alertar os adolescentes que o mundo não acontece nem nos filtros das redes sociais nem na adrenalina dos jogos digitais, mas, sim, no dia a dia sofrido da falta de oportunidades na educação e no mercado de trabalho.
Para toda e qualquer mudança é preciso participar sob pena de ter que aceitar o que for escolhido por outros.

  • Ayne Regina Gonçalves Salviano (É jornalista, professora mestre em Comunicação e Semiótica. Empresária no ramo da Educação em Araçatuba e Birigui )

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