O MEC divulgou no primeiro semestre dados de uma pesquisa recente para avaliar a educação no país. Os testes foram aplicados em 3 milhões de estudantes do ensino médio das redes pública e privada. O resultado colocou em alerta os especialistas brasileiros.
Os adolescentes acertaram apenas 27% das questões de matemática básica. Na área de língua portuguesa, resolveram corretamente 57% das questões, mas somente 50% deles sabe diferenciar um fato de uma opinião. O quadro é preocupante para os otimistas e desesperador para os pessimistas.
De acordo com os responsáveis pelo estudo, antes da pandemia os alunos demonstravam um atraso de dois anos de defasagem, ou seja, quando entravam no 1º. ano do ensino médio, não dominavam as habilidades do 8º do ensino fundamental. O teste divulgado na semana passada reforçou os indicativos de que essa defasagem pode ser ainda maior.
Em sala de aula, é perceptível a dificuldade dos jovens. Se antes da pandemia já havia problemas, depois dela e do ensino remoto com todos os seus entraves, o atraso é pedagógico, mas também psicológico, emocional. Os adolescentes sabem que não sabem. Mas não têm forças, nem estímulos, para superar as dificuldades.
Escola para quê? Estudar para quê? Concluir o ensino médio para quê? Prestar vestibular para quê? Disputar provas concorridas para quê? Curso superior para quê? O futuro é incerto e muito distante, pode não chegar, eles pensam. Em contrapartida, as redes sociais são tão mais gostosas para procrastinar e jogar videogame dá um prazer tão imediato!
Assim, com esses pensamentos rasos, desistem antes de tentar. Costumo dizer que eles perdem o jogo por W.O., expressão que significa “Without opponen”, ou, sem oponente.
Perdem para eles mesmos porque estão com a autoestima baixa, muito ansiosos, depressivos, repletos de um vazio de dar dó. São lindos, mas se sentem burros porque não dominam as exatas. São perfeitos, mas se sentem incapazes porque não juntam ideias com coerência e coesão.
Definitivamente não precisam de pressão. Necessitam de um tempo. De acolhimento. De uma escola que ensine inteligência emocional antes de fórmulas e textos complexos. Precisam da família, que apoie e valorize a escola.
A Educação pede socorro para ajudar a salvar os jovens.

Ayne Regina Gonçalves da Silva
(É jalesense. Jornalista com mestrado em Comunicação e Semiótica. Professora especializada em Metodologia Didática. Franqueada da Damásio Educacional em Araçatuba e Birigui)

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