O Acidente Vascular Encefálico (AVE) ocorre em decorrência da interrupção do aporte sanguíneo para determinada região do encéfalo. A etiologia mais comum do AVE são as doenças cardiovasculares que afetam a circulação cerebral. Os comprometimentos e sequelas do AVE vão depender do local e da extensão dessa lesão, podendo ser sensitivas, motoras e/ou cognitivas, gerando déficits na capacidade funcional, na independência e na qualidade de vida dos indivíduos (FERLA; GRAVE; PERICO, 2015).
Os principais fatores de risco do AVE incluem hipertensão arterial, hipercolesterolemia, tabagismo, diabetes mellitus, consumo elevado de álcool, sedentarismo, estresse e uso de anticoncepcionais orais. Cerca de 50 a 70% dos indivíduos acometidos pelo AVE recuperam a independência funcional e, após seis meses, cerca de 50% apresentam hemiparesia/hemiplegia, sendo a principal incapacidade crônica em adultos (BARCALA, L. et al 2020).
As alterações na função motora podem levar a déficits na coordenação motora, fraqueza muscular específica, hipertonia, ajustes posturais anormais, movimentos sinérgicos anormais e ausência de mobilidade na cintura escapular (FIGUEIREDO, 2015).
Uns dos principais fatores que influenciam o déficit na marcha são atrofias musculares e suas mudanças fisiológicas no metabolismo e nas fibras musculares consequente ao desuso, alterações no suprimento sanguíneo do membro afetado, da perda dos efeitos tróficos centrais, atrofia neurogênica, perda das unidades motoras, alterações na ordem de recrutamento e na condução dos nervos periféricos (MOTA; BITENCOURT, 2016).
Após uma lesão cerebral, é indiscutível a importância da fisioterapia, pois propicia a reeducação dos movimentos e o equilíbrio postural (BARCALA, L. et al 2020).
A reabilitação do paciente com sequela de AVE envolve primariamente a fisioterapia convencional, entretanto, outras técnicas foram propostas recentemente para melhorar a capacidade de suportar esforços, o desempenho da marcha, ou ainda, as habilidades físicas gerais (DIAS, 2016).
Um estudo feito por Scalzo em 2015, propõe são 5 estações de exercícios incluindo alongamentos de cadeia posterior de membro inferior, estimulação sensorial, treino de sentado para de pé, treino de marcha sob superfície instável, transferência de peso, treino de marcha com obstáculos (MUCCI; CAMARGO, 2015).
Alguns exemplos incluem a caminhada em esteira, com ou sem suspensão de peso corporal, o treinamento aeróbico e o fortalecimento muscular. Tais técnicas têm o objetivo de melhorar o desempenho funcional na marcha, e também contribuem para uma melhora geral na capacidade física. (OVANDO; HERBER, 2016),
As abordagens fisioterapêuticas auxiliam no processo de recuperação precoce dos pacientes com AVC, atuando diretamente no ganho de aspectos funcionais, físicos e sociais contribuindo assim para a melhora da qualidade de vida promovendo diversos benefícios como: melhora da marcha, melhora nas AVD’s, melhora na mobilidade física, melhora do equilíbrio, melhora da função motora, melhora na transferência, melhora da capacidade aeróbia, independência funcional, bom controle postural, melhora da sensibilidade e da força muscular
(SILVA; LIMA; CABLOCO, et al., 2016 ).
Os alunos do 9º semestre de fisioterapia são capacitados durante a formação para o atendimento dos pacientes com AVE. Este serviço fica disponível a toda população nas Clinicas Integradas da Fundação Educacional de Fernandópolis, no setor de Neurologia.
Coordenadora do curso: Luciana Marques Barros
Docentes Supervisoras: Rosana de Fátima Garbin, Grasiela Amato de Freitas
Discentes: Flavia Leticia; Jonathan Donizete Martim; Rodrigo Pio Cruel.
Referência Bibliográfica
INTERVENÇÕES FISIOTERAPEUTICAS PARA MELHORA DA MARCHA HEMIPARÉTICA: Revisão bibliográfica. Disponível em: <file:///C:/Users/jonat/Downloads/a-influncia-do-treino-de-equilbrio-na-reabilitao-da-marcha-em-pacientes-ps–ave.pdf >Acesso em: 15 fev 2022.
TREINAMENTO DE MARCHA, CARDIORESPIRATORIA E MUSCULAR APÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFALICO: ESTRATEGIAS, DOSAGENS E DESFECHOS. Disponível em: <file:///C:/Users/jonat/Downloads/6747-Texto%20do%20artigo-29313-1-10-20160919.pdfAcesso > Acesso em: 15 fev 2022.
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DE PACIENTES COM AVC – REVISÃO DE LITERATURA. Disponivel em: <file:///C:/Users/jonat/Downloads/6747-Texto%20do%20artigo-29313-1-10-20160919%20(1).pdfAcesso >Acesso em: 15 fev 2022
A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA PRECOCE NA RECUPERAÇÃO DO CONTROLE MOTOR APÓS AVC. Disponivel em: <http://lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2738.pdf > Acesso em: 15 fev 2022
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