Nunca vi político mentir. Podem cometer deslizes, ou leves inverdades, mas, mentira, nunca! Esse pecado combina com gente igual a nós, não com uma casta como aquela. São pessoas com roupas diferentes, carros diferentes, jeitos diferentes, olhares superiores, enfim, são seres sobrehumanos. Quando se olha para eles logo se percebe uma atmosfera diferente.
Igual a eles só os ministros e os fiscais da prefeitura. Não existem pessoas mais soberbas. O fiscal da prefeitura tem poder! Manda muito mais e não é questionado, nem tem mandatos. Ele sobrevive aos prefeitos de plantão e sabe disso. Anda vistoriando as obras como se estivesse flutuando. Ali não só a atmosfera é superior. São seres excelsos, diferentes de nós.
A maioria de nós pensa errado sobre essas figuras. Um ente político detentor de cargo público jamais pensa em roubar. Primeiro eles se preocupam com a população. Quando constroem uma estrada ou ponte estão lutando por melhor locomoção, estimulando o ir e vir, ou favorecendo o escoamento da produção. Não têm culpa se as empreiteiras oferecem um por fora. Apenas obedecem aos costumes e lutam pela manutenção das instituições republicanas. Afinal, a corrupção e a propina são instituições nacionais como a bandeira e o hino.
Muitos falam mal de políticos. Por minha vez eu os defendo. Prefiro descer a lenha é nos fiscais da prefeitura. Pelo menos eles não leem (essa coluna, deixe-se muito bem entendido). É impossível falar bem ou mal de grandes políticos em lembrar do Ari Toledo cantando “Casa de rico é mansão, Casa de pobre é maloca, Doce de rico é bombom, Doce de pobre é paçoca” e outros versos impublicáveis. Deputados, senadores, governadores e ministros não são ricos. Inclusive todos se declaram pobres. É apenas uma certa licença poética para lembrar algumas características:
Quem mente é povo, político ocasionalmente desliza entre falácias.
O povo dorme depois do almoço. Político descansa, ou repõe o sono.
Autoridades se equivocam. O povo é fofoqueiro.
rico é mansão, Casa de pobre é maloca, Doce de rico é bombom, Doce de pobre é paçoca” // Foto: Facebook
Dr. Manoel Paz Landim (Cardiologista, Professor da FAMERP de São José do Rio Preto)