O prolapso de órgãos pélvicos pode ser caracterizado pelo declínio da parede vaginal anterior e posterior, do ápice da vagina ou do útero, sendo classificado conforme sua localização (cistocele, retocele, uretrocele, enterocele). Atinge predominantemente a população feminina, afetando suas atividades de vida diárias, gera constrangimento e disfunções sexuais, prejudicando assim, a sua qualidade de vida. O prolapso afeta cerca de 40% das mulheres com mais de 50 anos, e dentre elas, 25% são sintomáticas (SILVA et al, 2020; PEDRA et al, 2020).
Em muitos casos, o prolapso se desenvolve assintomático, no entanto, algumas mulheres podem apresentar sintomas que variam de acordo com o grau do prolapso. Sendo baseado em um ponto de referência, o hímen, são classificados em quatro graus diferentes (I, II, III e IV), sendo os graus III e IV mais complexos. Quando o prolapso é sintomático, pode apresentar corrimento vaginal, dores nas relações sexuais, incontinência urinária, dor na barriga, sensação de algo saindo pela vagina e dificuldade para evacuar. São fatores de risco o parto vaginal, macrossomia fetal, episiotomia, idade avançada, obesidade, esforço crônico, fatores étnicos e genéticos (SILVA, 2020; MORENO et al, 2021; HORST e SILVA, 2016).
A fisioterapia atua como forma de tratamento conservador, proporcionando um tratamento individualizado ao paciente, trabalhando com diversas técnicas que vão promover o fortalecimento e conscientização do assoalho pélvico, tendo como recursos a eletroestimulação, o Biofeedback, uso de cones vaginais, terapia manual e a cinesioterapia (exercícios de Kegel), sendo mais eficaz nos estágios leve e moderado. Em graus mais avançados do prolapso, como grau III e IV, o método cirúrgico é recomendado (PEDRA et al, 2020; SILVA, 2020).
O objetivo dos exercícios musculares pélvicos é prevenir ou retardar a piora do prolapso, afim de reduzir os sintomas ou auxiliar no pré ou pós-operatório. Para a melhora dos sintomas, também temos como recursos dispositivos que auxiliam a segurar o prolapso e proporcionar o alívio, sendo eles os anéis ou pessários (COELHO e HADDAD, 2020).
Também temos como tratamento conservador os exercícios da Ginástica Abdominal Hipopressiva. As técnicas hipopressivas estão divididas em três fases: na primeira fase inspiração diafragmática, na segunda fase seguida de uma expiração lenta, e na terceira fase apneia expiratória. Os músculos da parede abdominal, o diafragma respiratório e o assoalho pélvico atuam em conjunto, e contribuem para o funcionamento fisiológico da pelve. É um recurso terapêutico benéfico, que trabalha no fortalecimento da musculatura abdominal e do assoalho pélvico sem gerar aumento na pressão intra-abdominal (SILVA et al, 2020).
A Fundação Educacional de Fernandópolis – FEF oferece atendimento e tratamento para pacientes com disfunções no assoalho pélvico, sendo realizados pelos alunos do 9º semestre de fisioterapia, que são preparados para oferecer o melhor atendimento e proporcionar ao paciente uma melhor qualidade de vida. Esses serviços estão disponíveis nas Clínicas Integradas da FEF para toda a população. Para mais informações, entre em contato: (17)3465-000.
Coordenadora do curso de Fisioterapia: Luciana Marques Barros.
Professoras supervisoras: Rosana de Fátima Garbin, Grasiela Amato Freitas.
Discentes: Marluane Marques Pierrebon, Uangna Lima Lopes, Mayara Mattos da Silva, Mariane Lane de Freitas.
Referências Bibliográficas:
HORST, Wagner; SILVA, Jean Carl. Prolapsos de órgãos pélvicos: Revisando a literatura. Arquivos Catarinenses de Medicina. 2016 abr-jun; 45(2): 91-101. Disponível em: <http://www.acm.org.br/acm/seer/index.php/arquivos/article/view/79/75>. Acesso em: 08 fev 2022.
COELHO, Victoria Monteiro; HADDAD, Cinira Assad Simão. Fisioteria em mulheres com prolapso genital é incontinência urinária: revisão de literatura. Revista UNILUS Ensino e Pesquisa, v. 17, n. 46, jan./mar. 2020, ISSN 2318-2083 (eletrônico) p. 134. Disponível em: <http://revista.lusiada.br/index.php/ruep/article/view/1245>. Acesso em: 17 fev 2022.
SILVA, Jéssica Lima da; MARINHO, Dayse Efigênia Souza; NETO, Fernando Soares da Silva; PONTES, Isabelle Eunice de Albuquerque. Efeitos da ginástica hipopressiva no prolapso de órgãos pélvicos: Uma revisão integrativa. Research, Society and Development, v. 9, n. 8, e375985397, 2020. Disponível em: <https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/5397/4917/27258#:~:text=A%20gin%C3%A1stica%20hipopressiva%20%C3%A9%20uma,dos%20m%C3%BAsculos%20do%20assoalho%20p%C3%A9lvico>. Acesso em: 08 fev 2022.
MORENO, Larissa Miranda; VILLA, Larissa Silveira Carvalho; MELLUZZI, Mayse Doro; CARVALHO, Fabiano Pedra; VIANA, Lilian Garlini; PARRELA, Jocemara Patricia S. Souza. Eficácia da cinesioterapia no tratamento de prolapso de órgãos pélvicos em mulheres. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.1, p.10225-10242 jan. 2021. Disponível em: <https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/23839>. Acesso em: 08 fev 2022.
SILVA, Cleidiana da. Prolapso de órgãos pélvicos femininos e os meios de tratamento fisioterapêutico. Ariquemes: FAEMA, 2020. 39 p.; il. TCC (Graduação) – Bacharelado em Fisioterapia – Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. Orientador (a): Profa. Ma. Jéssica Castro dos Santos. Disponível em: <https://repositorio.faema.edu.br/handle/123456789/2788>. Acesso em:17 fev 2022.
KILPATRICK, Charlie C. Visão geral do prolapso do órgão pélvico (POP). MANUAL MDS, Versão para profissionais da saúde, 2019. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/prolapso-do-%C3%B3rg%C3%A3o-p%C3%A9lvico/vis%C3%A3o-geral-do-prolapso-do-%C3%B3rg%C3%A3o-p%C3%A9lvico-pop>. Acesso em: 01 mar 2022.