No artigo publicado nesta coluna na semana passada, intitulado “Quem tem fome tem pressa”, abordamos o tema da fome no Brasil, destacando ser inaceitável que haja, hoje, 33 milhões de pessoas passando fome no país, em pleno século XXI, considerando toda a evolução social, econômica, científica e tecnológica da humanidade.
Também mencionamos que esse grave problema ocorre em um país que é um dos maiores produtores mundiais de alimentos, tem diversas condições naturais favoráveis de clima, hidrografia, entre outras, além de possuir várias tecnologias utilizadas desde a produção até a distribuição de alimentos. Para fazer a diferença no combate à fome, diversas ações têm realizadas no país, como as que utilizam a tecnologia da informação (TI).
São vários os aplicativos e programas que buscam conectar quem tem fome a quem pode ceder alimentos ou mesmo dinheiro a ser direcionado para essa causa. Um bom exemplo é o portal “paraquemdoar.com.br”, site que apresenta vários projetos voltados a entidades que necessitam de recursos a serem utilizados no combate à fome no país. Nessa linha, existem vários outros que podem ser encontrados pelas palavras-chave: “doação alimentos online”.
A vantagem desses sites é que congregam vários projetos espalhados pelo país, trazendo um nível razoável de confiabilidade de que as doações chegarão, de fato, a quem precisa. Por meio de uma breve pesquisa em plays stores, é possível encontrar vários apps com essa finalidade, cuja confiabilidade deve sempre ser analisada antes de ser efetivada a doação.
Também a iniciativa privada tem atuado no problema, principalmente no que se refere à melhor “logística” de distribuição de alimentos e segurança alimentar. Ela propõe, entre outras ações, a redução do desperdício, como é o caso das foodtechs (termo formado pela junção de duas palavras do inglês, “food”- comida- e “tech”- “tecnologia”).
Uma delas é a SuperOpa, que, segundo Mateus Omena, em matéria publicada pela Forbes em 2021, diz respeito a um aplicativo que funciona como um “marketplace da indústria de alimentos”, ligando distribuidoras ao cliente final para a venda de alimentos próximos ao vencimento, seguros ao consumo, a preços mais baixos. Outra iniciativa com uma proposta semelhante é a da 12+, foodtech que conecta restaurantes e outros estabelecimentos a consumidores, para a venda de excedentes alimentares ao fim do dia, também a preços mais acessíveis.
É importante ressaltar também o papel fundamental que diversas Organizações não Governamentais (ONGs) e Organizações Governamentais desempenham nessa missão. Além das ações diretas de combate à fome, como os restaurantes “Bom Prato”, há iniciativas que visam fomentar capacitação para que as pessoas em situação de vulnerabilidade social consigam obter melhores condições de alavancar a renda familiar. Tais iniciativas utilizam plataformas digitais de ensino, aumentando o seu alcance nas mais diversas regiões.
Apesar de tantas ações, precisamos de mais. Precisamos entender que o “problema é nosso”, não somente dos necessitados. Precisamos deixar a zona de conforto dos nossos lares e partir para a luta. E que Deus nos ajude!
Prof. Dr. Evanivaldo C. Silva Júnior
Docente e Diretor da Faculdade de Tecnologia Professor José Camargo- Fatec Jales
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