Em analogia ao filme de Tim Burton, nosso cérebro é “A fantástica fábrica de pensamentos”, e quão robusta fábrica! Como parte importantíssima do sistema nervoso central, possui relação direta com a memória, inteligência e emoções. Mesmo diante dessa engenhosa arquitetura, a atualidade vem exigindo de nós tomadas de decisões tão rápidas que, sob pressão, precisamos contar com outros artefatos, funcionais, operados por nós, humanos, que têm sido bons auxiliares: que tal papel e caneta ou um tablet?
Charles Chaplin disse que “nosso cérebro é o melhor brinquedo já criado: nele se encontram todos os segredos, inclusive o da felicidade”. Excelente descrição, mas há horas que os números triviais “fogem” da nossa cabeça e lá se foi nossa felicidade momentânea… Sério, nos esquecemos das senhas, do nosso número de celular e de casa, da nossa idade… Sem ofensas, o esquecimento parece ser ainda mais frequente nos homens, haja vista que eles se esquecem até do dia do aniversário (kkk), de outras datas, então… (paremos por aqui – nossa reflexão é sobre o cérebro!)
Bem, nossos problemas já vinham sendo resolvidos: tínhamos uma agenda (aquela de papel) e nela anotávamos TUDO, deixando nosso cérebro um pouco mais aliviado, com menos atividades entediantes de registro. Mas parece que perdemos o hábito de anotar ou seria novo o modo de registrar nossas trivialidades, tão importantes, que tem dispensado as tradicionalidades?
E como mudamos… Colocamos TUDO, hoje, nas mãos, ou melhor, na cabeça da inteligência artificial! Até o celular desperta em vez do relógio para anunciar a hora da consulta; a foto é registrada na hora e encaminhada sem mesmo possuirmos uma máquina fotográfica; as redes sociais, no celular, nos avisam dos aniversários de todos, e, se bobearmos, esse “cérebro mecânico” guarda as nossas senhas e nem nós, que as criamos, nos lembramos mais (temos que voltar ao caderninho, se é que registramos nele).
Tudo isso é divertido e assustador; na verdade um misto. Cientistas ligados à neurociência afirmam que a nossa dependência de salvar informações em celulares, tablets e computadores está afetando a nossa capacidade de memória. Mas como procedermos num mundo tão conectado, que, a cada dia, nos impulsiona a imprimir menos, a usar menos papel e caneta e a dependermos de aplicativos, os mais funcionais e personalizados possíveis, e não prejudicarmos nossa máquina minuciosamente construída?
A palavra de ordem é FAXINA! Ora, deixemos para os papéis ou agendas eletrônicas aquilo que pode ser consultado; usemos nosso cérebro, e frequentemente (porque o desuso é nocivo), para trazer a criatividade, a inventividade e a investigação; para registrar boas memórias; para ousar nas façanhas e conjecturas inteligentes possibilitadas pelos jogos, leituras e artes e, por fim, exploremos emoções verdadeiras.
Vivemos em um momento em que tudo parece muito passageiro, o tempo urge. Oscar Wide, poeta que era, definiu como o cérebro deveria realmente funcionar. Assim, “se um homem encara a vida de um ponto de vista artístico, seu cérebro passa a ser seu coração”.

Prof. ª Me. Alessandra Manoel Porto
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Docente Fatec Jales – fatecnologia@fatecjales
.edu.br

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