As variações linguísticas fazem parte da sociedade há muito tempo e dividem-se em várias categorias. Um exemplo disso é a variação diafásica da palavra “cringe”, que depende de um contexto comunicativo para ser utilizada. Ela é caracterizada como uma expressão em inglês, antes utilizada para demonstrar um certo desconforto ou vergonha alheia. Hoje, no entanto, adaptada pelos jovens da geração Z, nascidos entre 1990 e 2010, é classificada como “mico” ou “antiquado” para alguns hábitos e comportamentos dos millenials, nascidos entre 1980 e 1995. Isso pode ser considerado como uma guerra geracional dentro do ambiente tecnológico, em que a mecânica cognitiva dessas duas gerações está em constantes modificações. No entanto, enquanto há os flexíveis, abertos para as mudanças, há, também, os inflexíveis.
De início, cabe mencionar que o mundo não é uma monotonia, já ele se encontra em constantes transformações, até mesmo na linguagem, como foi supracitado (e já discutido também nesta coluna). Assim, ele exige que haja uma coexistência harmônica no âmbito geracional, que gera frutos culturais que agregam diferenças e aprendizados de ambos os lados.
A partir da ciência, é explicado o funcionamento cognitivo dos seres humanos, que, com pesquisas, são avançados e modernizados os processos de aprendizagem para uma maior rapidez e facilidade de construção de conhecimentos com o intuito de acompanhar o ritmo da esfera digital. A filosofia estuda a linguagem como poder. O filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein pondera que “as fronteiras da minha linguagem são as fronteiras do meu universo”, então, imaginemos cada um, cada grupo entendendo-se com poder para tal!
Sob esse viés, dentro da Sociologia, há dois conceitos explicando os “estabelecidos” e os “outsiders”. Esses termos são resultado de uma pesquisa feita no interior da Inglaterra, cuja comunidade foi analisada sociologicamente, que evidenciou as relações de poder entre as pessoas. Ficou nítido que a sociedade está propícia em dividir-se em grupos e que um está apto a marginalizar e inferiorizar o outro. Ou seja, a geração mais recente, por ter tido mais contato com as novas tecnologias em comparação com a geração anterior, tem um sentimento de “estabelecidos” e domínio sobre os “outsiders”, grupo dominado.
Um novo tópico de análise que pode ser feito hodiernamente é a “seleção natural tecnológica”, uma reinterpretação e reintegração da teoria desenvolvida pelo naturalista inglês Charles Darwin. À medida que as tecnologias avançam, exige-se que a sociedade também acompanhe, desenvolva e aprenda a adaptar-se com toda essa obsolescência. Portanto, os que não se adequam, seja por razões de rigidez, ignorância, resistência e não aceitação, infelizmente, não “sobrevivem”, porque não são selecionados como os mais aptos ao ambiente digital.
E vamos seguindo, alterando os “cringes” que aparecerem, mesmo que nem todos (e eu me incluo) consigam compreender a seu tempo! kkkk

Profa. Ma. Alessandra Manoel Porto
alessandra.porto@fatec.sp.gov.br
Docente Fatec Jales – fatecnologia@fatecjales.edu.br

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