O desenvolvimento e uso de novas tecnologias nas guerras esteve presente desde o início da humanidade. De início, houve a invenção de artefatos manuais, como espadas, lanças, arco e flecha (besta), catapultas, veículos de assalto (aríete, por exemplo) e armas incendiárias, que evoluíram, com a descoberta da pólvora, para armas de fogo, canhões e explosivos em forma de bombas.
Com o apoio de embarcações e da aeronáutica, o cenário completo da indústria da guerra convencional atingiu seu apogeu na 1ª Guerra Mundial. Durante a segunda grande guerra, o aspecto tecnológico tornou-se imprescindível para os campos de batalha, decisivo para o sucesso das campanhas militares dos dois blocos opostos, o eixo e os aliados. Novos tanques de guerra, como os panzers, aeronaves igualmente mais ágeis e rápidas com grande poder de fogo, embarcações mais modernas fortemente armadas, radares, sonares, submarinos, equipamentos para criptografia, computadores e bombas atômicas ditaram as regras das batalhas, influenciando diretamente na eficiência dos atores do conflito.
No pós-guerra, durante a chamada Guerra Fria, em que houve a polarização do mundo em dois blocos, um liderado pelos Estados Unidos da América e o outro, pela antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), surgiu uma grande batalha tecnológica, traduzida principalmente pela corrida armamentista, pelo desenvolvimento de armas nucleares, em grande número e cada vez mais potentes, e pela corrida espacial, cujo pano de fundo foi o desenvolvimento de satélites de telecomunicações e de mísseis balísticos intercontinentais.
Nesse período, outras propostas tecnológicas igualmente importantes foram desenvolvidas, como os computadores, inicialmente criados como máquinas capazes de efetuar cálculos matemáticos complexos utilizados no desenvolvimento de armas balísticas etc. Também a própria internet, na ocasião chamada Arpanet, rede de computadores estrategicamente posicionados para serem utilizados em sistemas de defesa militar, o GPS (Global Positioning System ou Sistema de Posicionamento Global) e o Laser (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation).


A Guerra Fria acabou em 1991 com a dissolução da União Soviética, mas as tecnologias permanecem até os dias atuais. Vez ou outra, algumas voltam a nos assombrar, por exemplo, por meio da possibilidade de uma tão temida Guerra Nuclear, recentemente mencionada na mais atual guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que, aliás, pode gerar uma nova Guerra Fria, no plano do comércio internacional.


Nos dias atuais, estranhamente outras tecnologias aterrorizantes apontam no turbulento horizonte do século XXI: armas autônomas, inteligência artificial capaz de controlar armamentos autônomos de extermínio em massa, guerra cibernética, guerra da informação, guerra bacteriológica, guerra química etc.
Estranho mesmo é pensar que, depois de tantos milênios de “evolução” da raça humana, tenhamos que escrever um texto mencionando 17 vezes a palavra “guerra” e nenhuma a palavra PAZ!

  • Prof. Dr. Evanivaldo C. Silva Júnior (Docente e Diretor da Faculdade de Tecnologia Professor José Camargo- Fatec Jales)
  • fatecnologia@fatecjales.edu.br

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