Recentemente foi lançado o 4º filme da série Matrix, intitulado Matrix Resurrections, que tem feito muito sucesso, assim como a trilogia que o antecedeu. O primeiro filme da série, Matrix, lançado em 1999, fez um sucesso extraordinário não somente entre o público especializado em ficção científica, mas em todos os gêneros, pois tinha uma proposta inovadora que fugia do convencional da época. Relacionava filosofia com tecnologia, ação com romance, vida real com virtual, algo relativamente diferente do que vinha sendo produzido pela indústria cinematográfica do final do século XX.
Sem estragar a história para quem ainda não assistiu aos filmes, se é que existe alguém que ainda não o tenha feito, o longa mostra que, depois de uma revolução tecnológica de máquinas, relacionada à criação de robôs dotados de inteligência artificial (AI), houve um desfecho apocalíptico. A maior parte da raça humana foi escravizada, transformada em simples fontes de energia orgânica, mantida sob cativeiro em casulos, em uma espécie de “hibernação” (estado de coma induzido). Para que seus cérebros mantivessem uma atividade relativamente “normal”, os organismos eram submetidos a um ambiente totalmente imersivo, completamente virtualizado em um programa de computador chamado Matrix (Matriz, em português). Alguns seres humanos conseguiram escapar desse catastrófico destino, isolando-se próximo ao núcleo da Terra, onde desenvolveram uma batalha entre mundos, o das máquinas e o dos homens, gerando, assim, uma revolução entre duas raças.
Por mais que você, leitor, não goste de ficção científica, há de concordar que o roteiro é interessante, concorda?

O mais instigante mesmo é que o que era ficção científica no final do século passado tem se tornado cada vez mais real neste século com a proposta do metaverso, o tão falado metaverso.

Qual é a sua proposta, senão a invenção de uma “Matrix”? Claro, diferentemente do filme, não há tal revolução das máquinas no momento, tampouco um cenário de destruição apocalíptica, mas a proposta do metaverso nos remete à imersão em ambientes virtuais, com a proposta de desenvolvimento de uma vida paralela à “realidade”.
A atual forma de imersão, realizada por óculos de realidade virtual, ainda está muito longe da proposta do filme, mas iremos evoluir nesse sentido. Por meio de dispositivos de imersão virtual, seremos representados pelos nossos avatares em ambientes virtualmente criados para trabalhar, estudar, interagir, se relacionar (quem sabe até contrair matrimônio!), ganhar ou perder dinheiro, cometer crimes (infelizmente, claro!), brigar, construir patrimônio, adquirir dívidas, se exercitar, competir em esportes, ir a shoppings, bares, restaurantes, praia, clube, igrejas ou templos, enfim, viver!
É assustador? E isso não é tudo, tem muita coisa nova vindo por aí. Mais uma vez, a ficção tornando-se realidade!

  • Prof. Dr. Evanivaldo C. Silva Júnior (Docente e Diretor da Faculdade de Tecnologia Professor José Camargo- Fatec Jales)
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