E chega, mais uma vez, 15 de outubro… Comemoramos o Dia do Professor, profissional que, a cada momento, testifica a capacidade de se reinventar, resistir, de acreditar em projetos de vida, de mudar histórias e de aprender; que tem, cada vez mais, entendido que sua ferramenta não é apenas o giz e a lousa, mas a humanização.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no Censo da Educação Superior de 2019, houve queda na formação docente, área que já correspondia a 20% dos ingressantes no ensino superior. Além dessa redução, há ainda outros fatores que levam à falta dessa nobre profissão no mercado, como a necessidade de os licenciados terem, muitas vezes, de se deslocar para centros maiores para atuar (muitos acabam optando por outros trabalhos, às vezes até sem carteira assinada, para poderem ficar junto aos seus).
Recentemente, li uma postagem no Facebook que me chamou a atenção. Nela, dizia mais ou menos assim: vejo tantas felicitações aos professores exaltando a nobreza da profissão, mas é espantoso ver a reação das pessoas quando um bom aluno declara querer ser PROFESSOR! Dei razão à publicação, porque é isso mesmo o que acontece… Parece um paradoxo, não é mesmo?
Sabemos e vivemos os muitos desafios que desabonam o querer a carreira docente, mas não vamos listá-los aqui, embora nossa luta seja árdua em favor da superação de todos eles. Hoje é dia de festa e de exaltação a essa mágica missão, que faz muito pelo país!
O cuidado do professor com o aluno extrapola o âmbito escolar e pedagógico. Muitas vezes, ele, já constituído do papel de psicólogo, assistente social, médico, enfermeiro e advogado, identifica a causa do insucesso escolar- que, em muitos casos, advém de problemas que “eclodem” na escola- e aciona as autoridades competentes para a missão, mas já aponta, com propriedade, possíveis tratamentos – veja se não é incrível!
Há muito de instinto materno e paterno no professor. Remetendo ao ditado “Quem ama cuida”, às vezes, precisamos dar bronca nos alunos, mas não gostamos que os outros o façam – são nossos e de mais ninguém, nem mesmo do colega que leciona outras disciplinas (os alunos não podem copiar isso de nós – kkk).
Ah, nas inúmeras homenagens que recebemos, muitos dizeres declaram sermos espelhos… confesso que tenho medo por tamanha responsabilidade. A poetisa Cecília Meireles, em uma das vastas publicações, declarou sobre a imagem docente: “se há uma criatura que tenha necessidade de formar e manter constantemente firme uma personalidade segura e complexa, essa é o professor”.
Escolher ser professor é ter como premissa gostar de gente, estar entre gente em formação, mesmo que ainda não se dê conta disso; é saber que é espelho e que tem de avaliar sempre a referência que é para o outro; é se autovalorizar e saber o quanto é importante. Para Cortella, filósofo e palestrante, “a gente só encanta quando se encanta. Se eu não estiver encantado com o meu objeto de conhecimento, eu não posso encantar o outro.” Parabéns, PROFESSOR!
Profa. Me. Alessandra Manoel Porto
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Docente Fatec Jales – [email protected]