Como é fantástica nossa memória (já até falamos sobre ela aqui). Pois bem, e por causa disso, as estratégias de marketing, sabiamente, vêm explorando-a desde o início das relações de compra e venda, já na era do rádio, e muito mais agora, com a interconectividade em constante desenvolvimento. Quem nunca ficou com uma TOP OF MIND “martelando” na cabeça?
O termo em inglês refere-se à marca de produtos e serviços diversos que fica gravada no “topo da mente”. É importante, sem dúvida, que essa referência seja positiva para que a marca avance no mercado, com o maior número de clientes fidelizados.
Algumas marcas ranqueiam até hoje o Top of Mind: ao comprarmos esponja de aço, falamos Bombril; achocolato, Toddy ou Nescau; leite em pó, Leite Ninho; lâmina de barbear, Gillette ou Prestobarba e a lista vai longe, é extensa mesmo! Inclusive, há uma figura de linguagem nos estudos da língua portuguesa que classificam essas construções como metonímias, ou seja, usa-se a marca em vez do produto – e o incrível é que quase todo mundo sabe de qual produto se está falando! Ah, e esse processo vai sendo ampliado, já que novas marcas surgem na mesma dinâmica, sem “tomar” o lugar de muitas consagradas no mercado, ou melhor, gravadas em nossa mente.
Não podemos deixar de citar os jingles. Eles são canções publicitárias curtas com o objetivo de gravar a marca na mente das pessoas, daí serem letras curtas, com repetições e melodias descontraídas. Voltando no túnel do tempo, um jingle bem bacana foi o do Banco Bamerindus (que nem existe mais), divulgado entre os anos 80 e 90 – “O tempo passa, o tempo voa, e a poupança Bamerindus continua numa boa”.
Outro exemplo de marca na mente são os slogans: frases curtas, contendo ou não rimas e repetições, muito criativas. Um slogan famoso nos anos 80, que deu muito o que falar pela equivalência apresentada, foi “Danoninho- vale por um bifinho”. Quem é da geração X vai saber do que estamos falando (kkk).
Bem, na verdade, somos persuadidos o tempo todo (e gostamos de tudo isso!). É muito mágico como as estratégias de marketing brincam com as palavras e com os sons para que a “onda pegue”. As cores nos logotipos, inclusive, também são fortes influenciadoras das marcas em nossa mente: crianças, ainda na tenra idade, identificam as marcas, com muita propriedade, pelas cores e formas a que tiveram acesso (de modo positivo ou não), como se tivessem sido alfabetizadas na linguagem não-verbal.
Assim, quão importante é nossa mente para selecionar o que pode ou não ficar gravado nela e criar antídotos para tudo aquilo que não queremos, apesar de sermos bombardeados e persuadidos. Os créditos também às estratégias de marketing, tão estupendas que nos fazem ficar cantando, do nada, e até influenciando quem está a nossa volta. Al Ries, autor de muitos livros sobre marketing, afirma que “marketing é uma guerra mental. São as ideias que estão na cabeça das pessoas que determinam se um produto terá sucesso ou não”.
Prof.ª Me. Alessandra Manoel Porto
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Docente Fatec Jales – [email protected]