No decorrer da pandemia, testemunhamos a grande aceleração de um fenômeno conhecido como Transformação Digital, que já vinha acontecendo com uma grande intensidade desde o início do presente século. De fato, a crise pandêmica e todos os seus desdobramentos obrigaram profissionais e empresas a se adequarem rapidamente a novas realidades econômicas, sociais e tecnológicas. Nesse sentido, uma das principais lições que a covid-19 deixou no mundo do trabalho é que profissionais e empresas precisam estar em constante evolução, aprendendo novas habilidades, melhorando processos e, principalmente, criando modelos de negócio. Estar preparado para o futuro e, principalmente, para enfrentar momentos de crise é imperativo para a sobrevivência num mundo imprevisível e em constante transformação.
Nesse contexto, as empresas devem (ou pelo menos deveriam) adotar estratégias de Treinamento e Desenvolvimento (T&D) para com seus colaboradores. Isso significa destinar parte do tempo e, principalmente, do orçamento a bibliotecas corporativas, workshops, capacitações, participações em eventos educacionais e empresariais, além de outras atividades que objetivam criar e manter uma cultura de aprendizagem constante.
Definir o que precisa ser aprendido não é tarefa fácil, considerando a quantidade astronômica de tecnologias, métodos e processos que surgem a cada pôr do sol. Assim, muitas empresas estão trazendo para o seu time um profissional multidisciplinar capaz de determinar, por meio de métodos e pesquisas, qual é a melhor estratégia de T&D. Estamos falando do Chief Learning Officer (CLO) ou diretor executivo de aprendizagem.
O principal papel do CLO é estudar constantemente o mercado em que a organização está inserida. Após obter alguns insights, ele é capaz de aconselhar outros gerentes e conseguir autorização para iniciar projetos de capacitação contínua, sempre observando os objetivos da organização, principalmente nos médio e longo prazos. Assim, a principal atribuição do diretor executivo da aprendizagem é estabelecer uma estrutura de T&D, formalizada com a ajuda dos demais executivos. Essa estrutura deve envolver treinamentos oferecidos por colaboradores da própria organização ou de terceiros, além da criação ou assinatura de plataformas de aprendizagem remota que mais atendam aos objetivos da organização.
Uma outra atribuição do CLO é promover oportunidades para que os colaboradores coloquem em prática o que é aprendido nos treinamentos. Ele também deve saber identificar funcionários capazes de contribuir ativamente para as iniciativas de T&D, atuando como instrutores. Há diversas empresas que adotam essa cultura de “aprendizagem interna”, em que os colaboradores com mais tempo de casa capacitam os novos, além de oferecer treinamentos focados em sua função organizacional, compartilhando conhecimento com os membros da equipe. Convém destacar que essa e diversas outras atribuições do CLO podem ajudar na retenção de talentos.
Enfim, considerando o contexto econômico e tecnológico atual, contratar um CLO pode trazer uma série de impactos positivos para a organização, pois esse profissional é capaz de promover a constante melhoria de processos, adoção de novas tecnologias, ganho de competitividade, aumento de lucratividade e, é claro, a sobrevivência num mundo cada vez mais imprevisível.
- Prof. Me. Jorge Luís Gregório (Docente da Fatec Jales) – www.jlgregorio.com.br