Com os avanços da tecnologia, também é expressivo o aumento das fake news, cuja autoria, muitas vezes, não é descoberta, razão pela qual circulam discursos afirmando ser a internet “terra de ninguém”. Entretanto, não é bem assim. Focando nossa reflexão para o campo da escrita acadêmica, como fica a situação da autoria no espaço digital, onde o “copie e cole” encontra expoente facilidade?

Os assuntos que buscamos na internet são encontrados com tremenda agilidade. Ela funciona como fonte de pesquisa nas mais diversas áreas, permitindo desde simples buscas, como o significado de uma palavra em um dicionário on-line, até as mais complexas, como conceitos mais abstratos, inclusive conjecturas. Pela tamanha versatilidade, o “copie e cole”, popular Control C e Control V, respectivamente, deixa muito automática a “pesquisa”, o que leva a um grande problema: como ficam os créditos do autor?

Essa situação é muito comum, particularmente, na produção de texto acadêmico-científico. Trata-se de um texto mais denso, que requer do autor/produtor maior domínio tanto da especialidade a ser discutida/dissertada quanto das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Diante do desafio de busca de referenciais teóricos, os quais, no passado, só se encontravam em materiais impressos, hoje, surgem os textos disponíveis com um simples clique, e se “esquece” de trazer a fonte, e, junto a ela, as normas legais, ou seja, assume-se, mesmo sem intencionalidade, a autoria, que, na verdade, é de um outro autor – literalmente, comete-se plágio.

Plágio é crime! Entre os vários documentos legais existentes, citamos a lei nº 9.610/98, em seu Art. 46, que dá total liberdade à citação de tudo o que é publicado, desde que se dê créditos ao autor e à origem da obra. Dessa forma, é permitido a todos nós o “copie e cole”, mas com regras bem claras, com as apresentadas.  

A internet é fascinante: ela vende o peixe, mas também ensina a pescar. Hoje, contamos com inúmeros aplicativos disponíveis gratuitamente e também pagos que “monitoram” as produções. São antiplágios aplicados nos textos. Eles analisam os conjuntos de palavras e expressões e, ao final, indicam em quais endereços elas se encontram – daí, sem dúvida, deverá haver uma análise minuciosa do avaliador, porque, se estiver tudo dentro das normas, não será plágio, certo?

Sem dúvida, não podemos negar ambos os benefícios: quão bom é poder ter acesso à informação segura em instantes, mas também se beneficiar de poder dar crédito a seu autor, e isso é possível e, sobretudo, legalíssimo! Ezequiel Redin, professor e pesquisador sulista, afirma que “o plágio é o confronto entre a incapacidade de um indivíduo e a genialidade do outro”. Enfim, como também dizem as escrituras sagradas: “dai a César o que é César”.

Profa. Me. Alessandra Manoel Porto – [email protected]

Docente Fatec Jales – [email protected]

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