• Profa. Dra. Selma Marques da Silva Fávaro // Prof. Dr. Evanivaldo C. Silva Júnior

No dia 15 de maio, publicamos nesta estimada coluna um artigo intitulado “Ser humano contemporâneo: Homo Techno-Sapiens”, que buscou chamar a atenção para a dependência da tecnologia nos tempos atuais.
Basta uma rápida reflexão para concluirmos que todos nós, sem exceção, estamos reféns dela para mantermos o nosso status quo de sobrevivência, o que nos leva ao seguinte questionamento: essa dependência tem sido algo positivo?
Desconsiderando, neste momento, as imensuráveis contribuições da tecnologia nos diferentes âmbitos, como na área da educação e saúde, ela tem ocupado um espaço (ou tempo) bastante considerável no cotidiano das pessoas, o que pode indicar a necessidade de um processo de “destecnologização”.
Esse termo provavelmente não existe, mas, pelo processo de formação da palavra “destecnologização” (acréscimo do prefixo “des”), é possível associá-lo à ideia de uma ação contrária, um retorno, mesmo que moderado, a um modo de vida menos “tecnológico”. Isso não significa o seu abandono, até porque seria isso um retrocesso, mas seu uso equilibrado, no dia a dia, pode ser bastante benéfico, em diversos sentidos.
Não é mais significativo na vida de uma pessoa ter 5 amigos de verdade, 10 colegas legais e 30 conhecidos reais, de carne e osso, do que 10 mil seguidores nas redes sociais?
Em nossos trabalhos, é realmente necessário estar conectado a todo momento a três, quatro, cinco mídias de comunicação simultaneamente?
Caminhar com amigos, conversando, observando a paisagem e sentindo o vento no rosto, não é mais agradável do que fazê-lo em uma esteira elétrica, com um fone de ouvido, que inibe a interação com outras pessoas?
Falando em esportes, compartilhar uma partida de vôlei, futebol ou qualquer outro esporte coletivo não pode ser muito mais benéfico do que ficar horas diante de um videogame?
Algumas ações relativamente simples, inseridas nos questionamentos acima, são totalmente viáveis. Eles buscam a nossa reflexão quanto à possibilidade de redução do tempo gasto com tecnologias e o uso dele em interações mais “pessoais”, e, por que não dizer, mais “humanas”.
Para se ter uma ideia, pesquisa divulgada este ano pela consultoria AppAnnie, que considera apenas celular Android, mostra que os usuários brasileiros passaram, em média, em 2021, 5,4 horas diárias no smartphone, número que vem crescendo nos últimos anos e colocando o país no ranking de uso diário do aparelho. É tempo, não?
Bom, se você respondeu “não” à maioria das questões levantadas acima, então talvez você já tenha se tornado um Homo Techno-Sapiens e, infelizmente, pode ser tarde!

Profa. Dra. Selma Marques da Silva Fávaro
Docente da Faculdade de Tecnologia Professor José Camargo- Fatec Jales
[email protected]
Prof. Dr. Evanivaldo C. Silva Júnior
Docente e Diretor da Faculdade de Tecnologia Professor José Camargo- Fatec Jales
[email protected]

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