“Independente”, segundo o dicionário on-line Oxford Languages, significa “que ou quem não é dependente, age com autonomia, mantém-se livre de qualquer influência”. Há 200 anos, ficamos independentes do nosso colonizador, e ser independente é bom!
Embora nossa colonização tenha sido de cunho estritamente exploratório, estamos nós aqui, carregando muitas heranças negativas do passado, mas estamos aqui, e a cada dia somos prova da nossa resistência, tanto que revogamos essas heranças e nosso descontentamento em muitos manifestos, seja na música, na poesia, nas ruas, nas redes sociais. O povo brasileiro, com sua voz (ou vozes), não emudece; quando uns calam, outros assumem.
Somos um povo independente porque temos sabido lidar com a seca, com as enchentes, com as pestes, com apoio do povo (nem sempre podemos esperar o setor público), do terceiro setor, da mídia. Nossa fama é sermos solidários porque choramos juntos, pedimos juntos e rimos juntos também.
E chega a tecnologia, contribuindo com fatias de liberdade! Nossa voz, por meio dela, ecoa nos quatro cantos não só do nosso país e tem nos ajudado a sermos ouvidos, buscando as inúmeras “independências” nos diversos setores da sociedade.
Somos independentes sim, porque acolhemos o estrangeiro desde a chegada dos primeiros imigrantes e hoje há muitos “brasis” do Oiapoque ao Chuí; nossa terra sempre foi compartilhada, inclusive, muitos “brasileiros” têm sido funcionários e não empregadores (isso denota nosso acolhimento).
Somos independentes porque fomos criando nossa cultura e quando gostamos também da cultura do outro, ela passa a ser nossa também (não temos problemas em incorporar o outro/estrangeiro em nós): amamos o queijo de Minas, o churrasco do sul, o pato no tucupi do norte, a carne seca do nordeste e o tererê do centro-oeste, mas como amamos o cachorro-quente, a pizza, o macarrão, o sushi…
Ah, falando em aceitar o outro: como lidamos bem com as palavras dos “outros”: nosso idioma é muito rico e hospitaleiro, já que nele há vocábulos de origem africana, indígena, espanhola, francesa, inglesa e que venham tantas mais. Uma nação muito forte também na ciência (tivemos uma amostra recente com a pandemia da covid-19), na pesquisa, na educação, na medicina – grupos de elites que a sociedade, merecidamente, tem reconhecido.
Mas, em meio a tantas independências, não podemos deixar de apontar a necessidade de sermos livres do racismo – já não basta a história marcada pelo crime da escravidão! Não podemos concordar com esse mal – é preciso repudiar. A cor da pele JAMAIS pode ser critério para avaliação de caráter. Se olharmos para as leis, sobretudo para a Constituição, há amparos legais, sem dúvida, mas nossa reflexão é sobre sermos independentes, sermos livres, e não apenas porque há leis que nos punem se não nos respeitarmos!
Assim diz o Hino da Independência: “brava gente brasileira! Longe vá, temor servil. Ou ficar a pátria livre. Ou morrer pelo Brasil”. Essa bravura do povo brasileiro tem de estar nos atos de cada um, sobretudo, para que vejamos no outro UM BRASILEIRO semelhante a nós e nada mais!

Prof.ª Me. Alessandra Manoel Porto
[email protected]
Docente Fatec Jales – [email protected]

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