Em meio às grandes Celebrações Católicas que vivenciamos no calendário litúrgico, a Solenidade de Corpus Christi emerge como uma celebração singular carregada de significado. A expressão “Corpus Christi” deriva do latim e significa “Corpo de Cristo”.
Esta festividade, vivida pela Igreja, é uma ocasião para refletir sobre a presença real de Cristo na Eucaristia, mas também sobre a necessidade premente de amor e paz em todo mundo. É um momento de profunda adoração e gratidão, no qual os fiéis se reúnem para honrar o sacrifício de Cristo e renovar seu compromisso com os ensinamentos do Evangelho.
Também é um momento em que os fiéis se reúnem para celebrar a presença do Cristo ressuscitado no sacramento da Eucaristia. É uma ocasião para renovar a fé na crença central do Cristianismo, o pão e o vinho consagrados se tornam o verdadeiro corpo e sangue de Cristo.
No entanto, à medida que contemplamos a mesa grande e solene que é posta durante esta celebração, não podemos deixar de notar a ausência de algo vital: amor e paz. Embora a Eucaristia seja um dom supremo do amor de Cristo pela humanidade, em diversas situações o mundo ao nosso redor está mergulhado em conflitos, divisões e desigualdades.
A mesa do Corpus Christi, onde o corpo e sangue de Cristo são compartilhados, torna-se assim um símbolo poderoso de comunhão e solidariedade. É uma lembrança de que, apesar de nossas diferenças, todos somos parte da família humana e estamos unidos pelo amor de Cristo. Nesta mesa, não há lugar para divisões ou exclusões; há apenas espaço para o amor que transcende todas as fronteiras.
O convite de Corpus Christi é, portanto, mais do que uma simples comemoração litúrgica. É um apelo à ação, uma chamada para que todos os que participam desta mesa sagrada se comprometam com a construção de um mundo mais justo, compassivo e solidário.
Além disso, o Corpus Christi nos desafia a traduzir esse amor em ação concreta no mundo. Não podemos nos contentar em simplesmente participar das cerimônias religiosas, pois a partir delas Cristo nos envia fortalecidos para testemunhar sua vida no mundo e nos impulsiona a viver ações concretas que promovam a dignidade humana e a reconciliação. Isso significa trabalhar pela paz duradoura e pelo cuidado com o meio ambiente, levar à todas realidades difíceis o amor de Cristo em nosso mundo.
À medida que contemplamos a mesa do Corpus Christi, podemos encontrar inspiração nas palavras do próprio Cristo durante a Última Ceia: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Essa é a essência do verdadeiro espírito do Corpus Christi, não apenas receber o corpo de Cristo, mas também testemunhá-Lo no mundo, irradiando amor e paz onde quer que vamos.
Portanto, que esta celebração do Corpus Christi não seja apenas um momento de devoção pessoal, mas também um chamado à transformação espiritual. Que possamos preencher a mesa grande e solene com o amor e a paz que Cristo nos ensinou, tornando assim o mundo um reflexo mais fiel do Reino de Deus.
Padre Junior Lucato Campano Junior
(Ecônomo da Diocese de Jales)