Nos tempos atuais, tudo é muito rápido, imediato. Somos consumidos pela correria dos nossos afazeres cotidianos, deixando a impressão que quanto mais urgentes são situações a serem resolvidas à nossa volta, mais distantes ficamos uns dos outros.
O que devemos tratar com mais urgência? Como podemos equilibrar as coisas? A primeira carta de São Paulo aos Coríntios nos ajuda com essas respostas, nos apresentando esses pilares: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor. Mas o maior deles é o amor” (I Cor 13,13).
O amor, sem dúvida, é o ápice na nossa vida e para vive-lo em plenitude é necessário sermos alicerçados na fé. Ela nos impulsiona, estimula nossa reação diante das adversidades, provocando mudanças em nós e em nossos irmãos.
A Sagrada Escritura define afé da seguinte forma: “A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê” (Heb 11,1). Um grande exemplo disso, foi a atitude da Virgem Maria, movida pela fé. Ao dizer “sim” ao projeto de salvaçãode Deus, teve sua vida transformada completamente e com ela a vida de toda a humanidade.
Jesus ensina sobre o poder transformador da fé dizendo: “Em verdade vos digo: se tiverdes fé, como um grão de mostarda, direis a esta montanha: Transporta-te daqui para lá, e ela irá e nada vos será impossível” (Mt 17,20). É assim que devemos cuidar e manter firme nossa fé, com orações e jejuns, para que possamos transpor obstáculos tão grandes quanto uma montanha.
Cada pessoa que foi à procura de Jesus, só obteve o perdão dos pecados, a cura do corpo e da alma, por compaixão dele e porque foram movidas pela fé, como na passagem da mulher com fluxo de sangue: “Se eu somente tocar na sua vestimenta, serei curada” (Mt 9,21). A resposta foi imediata: “Tem confiança, minha filha, tua fé te salvou” (Mt 9,22). Ou ainda, pela fé daqueles que intercediam em favor de outros irmãos, como na passagem do centurião: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa. Mas, dizei uma só palavra e meu servo será curado” (Mt 8,8). E novamente a resposta foi: “Vai, seja-te feito conforme a tua fé” (Mt 8,13).
Jesus nos ensina que é pela fé que aderimos ao projeto de salvação de Deus. Por isso, é tão importante e urgente cultivarmos a fé, não apenas como ato de acreditar, mas como força impulsionadora nas atitudes em favor dos irmãos, pois como afirma o apostolo Tiago, “assim como o corpo sem a alma é morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tg 2,26).
Que pela força da fé possamos ver as oportunidades que Deus nos oferece todos os dias, de sermos mais afetuosos e solidários com nossos irmãos. Enfim, sermos mais humanos, pois conforme diz Cléia Dias, a Assistente Social, membro da Rede de Protetores da Diocese de Jales “a fé e a esperança nos ajudam a transformar o mundo, tornando-o mais fraterno”.
Érica Pereira Navarro Betete
(Secretária Administrativa e Pastoral da Diocese de Jales)