O título não veio, mas o Palmeiras merece muitos aplausos pela ótima campanha e desempenho no Mundial de Clubes deste ano. Após vencer o Al Ahly por 2 a 0, com autoridade, na semifinal, o Verdão ofereceu enorme dificuldade para o Chelsea e por muito pouco não foi campeão do mundo.
Sabendo que a equipe de Londres é muito superior ao time brasileiro – atualmente algo normal no futebol quando se trata do campeão europeu –, Abel Ferreira foi preciso ao preparar ótima estratégia para conquistar o título. O Alviverde segurou o adversário por quase 120 minutos e perdeu na reta final da prorrogação pois estava esgotado fisicamente.
O autor desta coluna é defensor do futebol ofensivo, com equipes que jogam para frente com o objetivo de marcar o primeiro gol e continuar atacando, mas é fundamental ressaltar que a comissão técnica do Palmeiras acertou ao jogar fechada no duelo contra o Chelsea. Se entrasse em campo aberto, o time brasileiro deixaria espaços para o ótimo meio-campo inglês e correria riscos de ser goleado.
Diante do esquema tático mais defensivo, com marcação individual, todos os jogadores palmeirenses cumpriram à risca a estratégia. Dudu poderia ser mais preciso nas finalizações? Poderia! Luan poderia tomar mais cuidado para não ficar com o braço aberto na reta final da prorrogação? Poderia! Mas eles não merecem ser criticados.
Na defesa, Gustavo Gómez teve atuação impecável, e Luan fez um dos melhores jogos da carreira marcando individualmente o ótimo Lukaku. No meio-campo, Danilo provou, mais uma vez, que está super preparado para atuar em alto nível no futebol europeu, e Raphael Veiga continua decisivo, com direito a cobrança de pênalti perfeita e muita movimentação que causou preocupações ao francês Kanté.
No ataque, como citado acima, Dudu teve bastante liberdade para se movimentar e incomodou o trio de zagueiros formado por Christensen, Thiago Silva e Rüdiger. Rony foi sacrificado para marcar individualmente Hudson-Odoi, poderia ter mais liberdade para aparecer no setor ofensivo, mas merece o reconhecimento por ter cumprido muito bem seu papel na defesa.
O desempenho do Palmeiras no Mundial de Clubes prova, mais uma vez, o quão espetacular é o trabalho de Abel Ferreira no clube. O título não veio, o Chelsea é uma das melhores equipes do mundo, mas esse time do Verdão merece ser lembrado para sempre por ter feito história. Bicampeonato consecutivo da Libertadores e quase um título mundial são feitos enormes.

Eduardo Martins
(jalesense, jornalista com formação na PUC-Campinas)

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