Depois de pouco mais de três meses da conquista da Libertadores, o Palmeiras dominou completamente o Athletico Paranaense, venceu por 2 a 0 e garantiu o título inédito da Recopa Sul-Americana. Soberano em campo, o time comandado por Abel Ferreira chega à quarta taça conquistada em dois anos e fica provado, novamente, a qualidade desse elenco e do trabalho espetacular do técnico português.
Criticado por alguns torcedores e jornalistas pelo fato de talvez ser retranqueiro, Abel mostrou que não se apega a apenas um estilo de jogo e é capaz de colocar uma equipe super ofensiva em campo como aconteceu, por exemplo, no duelo contra o Furacão.
Necessitando da vitória para conquistar mais uma taça, o treinador escalou o Verdão com Dudu, Rony e Gabriel Veron no ataque, além de Raphael Veiga distribuindo o jogo e armando as jogadas no meio-campo. O resultado foi que o Alviverde pressionou o Athletico do início ao fim do jogo e ofereceu pouquíssimas chances ao adversário.
O título da Recopa é o quarto da carreira de Abel Ferreira e também o quarto do comandante no Palmeiras, ao lado das duas épicas conquistas da Libertadores e também da Copa do Brasil de 2020. “Só” por isso o português já se credencia como um dos maiores treinadores da história do clube ao lado de Felipão e Luxemburgo. Para o autor desta coluna, pelo fato de Abel ter conquistado duas Libertadores no mesmo ano, ele é, sim, o maior técnico da história do Verdão.
Abel Ferreira mudou a história do Alviverde, tem tudo para ainda colher muitos frutos desse trabalho fantástico, disparado o melhor do futebol brasileiro nesse momento. Apesar disso, agora pensando na temporada 2022, o comandante precisa de ao menos um grande reforço; um centroavante.
O Palmeiras é um time tão bem treinado, com tanto repertório, que muitas vezes nem parece que faz falta não ter um grande artilheiro, mas isso pesa, principalmente diante de equipes do primeiro escalão do futebol brasileiro e sul-americano como Flamengo, Atlético Mineiro e River Plate. Bem administrado e saudável nas finanças, o ideal é o Verdão procurar, preferencialmente fora do Brasil, um camisa 9 de ofício que chegue para ser titular absoluto ao lado de Dudu.
O título do Palmeiras na Recopa passa longe de ser uma surpresa e prova, mais uma vez, que é sinônimo de sucesso clubes organizados que oferecem estrutura de alto nível para grandes profissionais. O Alviverde oferece tudo isso aos profissionais que lá estão e o resultado vem. Esse elenco e a comissão técnica de Abel Ferreira merecem ser lembrados para sempre no Allianz Parque.

Eduardo Martins
(jalesense, jornalista com formação na PUC-Campinas)

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