Super criticado pela torcida do Corinthians desde o ano passado, o técnico Sylvinho foi demitido na última semana, após a derrota por 2 a 1 no clássico com o Santos, pela 3ª rodada do Campeonato Paulista. Antes prestigiado e elogiado publicamente por Duílio Monteiro Alves, presidente do Timão, o treinador foi demitido logo depois o primeiro resultado negativo em 2022, um absurdo que simboliza o amadorismo do futebol brasileiro.
Como já citado pelo autor desta coluna em outro artigo, Sylvinho ainda tem pouca experiência como treinador e não está preparado para comandar um gigante como o Corinthians, mas teve méritos na campanha da equipe na última edição do Campeonato Brasileiro, que garantiu vaga na Libertadores deste ano.
Com um time recheado de jogadores de alto nível, o Timão precisava e deveria jogar melhor sob o comando de Sylvinho. No entanto, vale lembrar que o Alvinegro tem um elenco desequilibrado. No meio-campo, por exemplo, são várias opções. Enquanto no setor ofensivo, a diretoria que gasta dinheiro sem maiores preocupações, até hoje não conseguiu contratar um centroavante para, no mínimo, disputar posição com Jô.
Sylvinho cometeu erros durante o trabalho no Corinthians, mas o fracasso passa longe de ser apenas do treinador. Demitir um técnico de futebol depois de três jogos na temporada, é um desrespeito enorme. Se não havia total confiança no trabalho, o mínimo era acertar a saída no final de 2021.
Agora em busca de um novo comandante, o Timão sonha com um comandante vencedor. O problema é que grande parte dos técnicos brasileiros estão em baixa e os treinadores estrangeiros recebem altos salários. A aposta terá que ser em profissionais ultrapassados como Renato Gaúcho e Mano Menezes. Outra opção é tentar contar com a ajuda dos patrocinadores para convencer o português Jorge Jesus ou qualquer outro gringo de alto nível a trabalhar no Brasil.
A realidade é que por conta da incompetência da diretoria liderada por Duílio Monteiro Alves, o Corinthians jogou fora a pré-temporada de 2022, já que logo em seguida resolveu demitir Sylvinho. A partir de agora, resta buscar um novo treinador de qualidade o mais rápido possível, de preferência que entenda a dura realidade das finanças do clube, que tem dívida que se aproxima de R$ 1 bilhão.
O cenário é turbulento e o Corinthians precisa se virar o mais rápido possível. Em dois meses, começa a fase de grupos da Libertadores.
Eduardo Martins
(jalesense, jornalista com formação na PUC-Campinas)