Vice-campeão do Campeonato Paulista e da Copa Sul-Americana no ano passado, o São Paulo começa a temporada 2023 com altos e baixos em meio a mais uma reformulação de elenco promovida pelo presidente Júlio Casares. Ao todo, até o momento, mais de dez atletas deixaram o clube e nove jogadores foram contratados.
Após as cinco primeiras partidas do ano, o Tricolor conquistou duas vitórias, empatou em duas oportunidades e foi derrotado apenas no clássico contra o Corinthians, no Morumbi. Em campo, foi possível observar que passa longe de ser brilhante, mas que possui características diferentes do ano passado e tem potencial para ser eficiente.
Conhecido pela lentidão e a dificuldade de acelerar jogadas em 2022, o São Paulo versão 2023 finalmente encontrou no mercado atletas com outro perfil. O técnico Rogério Ceni já deixou claro que está mudando o estilo da equipe, apostando alto em atletas velozes e fortes fisicamente, como o meia Wellington Rato e o atacante David.
No meio-campo, o volante Jhegson Méndez, titular da seleção do Equador na Copa do Mundo do ano passado, também é uma das grandes apostas e já provou dentro de campo, mesmo com poucas partidas até o momento, que tem grande qualidade técnica.
O maior desafio do São Paulo na temporada, em meio a tantas contratações, é o limite de estrangeiros que podem ser relacionados para uma partida. Em todas as competições do futebol brasileiro, apenas cinco atletas nascidos fora do Brasil podem ficar à disposição. O Tricolor conta com oito estrangeiros no elenco. Trata-se de Orejuela, Arboleada, Alan Franco, Ferraresi, Méndez, Gabriel Neves, Galoppo e Calleri).
Ferraresi sofreu grave lesão no joelho e só deve voltar a atuar em setembro. Diante desse cenário, Rogério Ceni precisa escolher cinco dos sete estrangeiros para cada jogo. No duelo contra o Corinthians, por exemplo, Gabriel Neves e Galoppo sequer ficaram no banco de reservas.
O momento é de paciência no São Paulo. Sofrendo com diversos problemas financeiros e poucos títulos nas últimas temporadas, o Tricolor tem pouco dinheiro para investir no futebol e foi obrigado a diminuir a folha salarial depois de não conseguir a classificação para a Libertadores deste ano. O elenco recheado de estrangeiros tem total ligação com os problemas financeiros, já que muitos atletas nascidos fora do Brasil custam mais barato. Apesar de todas as dificuldades, o time tem qualidade. O mais importante é dar tempo para a comissão técnica trabalhar e a equipe crescer aos poucos.

  • Eduardo Martins (jalesense, jornalista com formação na PUC-Campinas)

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