Ansiedade, depressão, síndrome do pânico, demência, transtorno obsessivo-compulsivo e esquizofrenia. Com certeza, você conhece alguém próximo com algum desses transtornos mentais. Doenças que somente estão sendo diagnosticadas graças ao avanço da ciência e da conscientização da população brasileira sobre a importância de cuidar da saúde mental.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o Brasil é o país mais ansioso do mundo e um dos que mais registram casos de depressão. Cenário que se intensificou nos últimos anos, principalmente, por conta da pandemia do coronavírus que deixou pessoas isoladas e consequentemente fez disparar a procura por ajuda em consultórios de psiquiatras e psicólogos do País.

“A pandemia de coronavírus foi uma emergência de saúde pública e um desafio à saúde mental, em especial para crianças e adolescentes ainda em desenvolvimento. Para aqueles jovens que já têm um histórico de transtornos mentais, os riscos são maiores. Com os casos da pandemia de coronavírus crescendo no mundo, a vida de milhões de crianças e adolescentes foi impactada de diversas formas”, afirmou Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Além de crianças e adolescentes, outro grupo que ficou extremamente vulnerável às doenças mentais foi o dos idosos. Além de lidarem com a dor do luto de familiares, muitos tiveram que ficar mais tempo isolados por conta do grande risco de diagnóstico grave para a doença.

Entretanto, pessoas acima de 60 anos também estão mais vulneráveis a doenças relacionadas ao cérebro, como a demência, por exemplo, que tem o Alzheimer e a demência vascular como as principais formas, correspondendo a cerca de 80% a 90% das causas em idosos.

Para Soraya Pequito, enfermeira e diretora da casa de repouso bem-estar bem de Rio Preto, é preciso observar sinais em idosos. “É importante ficar atento a qualquer sinal que altere diretamente a estabilidade emocional e os deixam mais vulneráveis, como choro constante, falta de apetite, irritabilidade, recusa em sair da cama e fazer as atividades antes realizadas, amargura, tristeza, apatia, enfim, o idoso apresenta sinais muitas vezes sutis, porém importantes para agir rapidamente”.

Como forma de conscientizar a população sobre a importância de procurar ajuda, foi lançado no Brasil em 2014 a campanha Janeiro Branco, que tem por objetivo chamar a atenção da humanidade para as questões e necessidades relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas.

“A realidade atual, em especial nestes últimos dois últimos anos, é que a saúde mental vem mundialmente fragilizada. Alguns transtornos são mais fáceis de serem mantidos em sigilo, outros, sendo mais evidentes. Independentemente, o que importa neste momento é que qualquer pessoa, pertencente a qualquer classe social e gênero, percebendo alguma alteração em seu comportamento, deve imediatamente buscar ajuda”, disse Priscila Zempulski Dossi, médica psiquiatra.

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