Como diz o Papa Francisco: “Foi o coração que nos moveu para ir, ver e escutar, e é o coração que nos move para uma comunicação aberta e acolhedora”. Uma comunicação aberta ao diálogo com o outro, que colabora na superação das polarizações e debates desnecessários. É um esforço que é exigido de todos, mas em particular dos agentes e profissionais da comunicação chamados a exercer a sua profissão como dom, usando a comunicação como ponte e não como muro. Os comunicadores podem assumir a missão de construir um futuro mais justo, mais fraterno e mais humano.
“Falar com o coração. ‘Testemunhando a verdade no amor’(Ef 4, 15)”, este é o tema escolhido pelo Papa Francisco para a celebração do 57º Dia Mundial das Comunicações Sociais. A mensagem foi divulgada em 24 de janeiro, em memória de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas. O Dia Mundial das Comunicações será celebrado este ano em 21 de maio de 2023, quando na liturgia dominical a Igreja faz memória da Ascensão do Senhor Jesus.
O tema está idealmente ligado ao Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2021 e 2022, e quer fazer parte do caminho que levará toda a Igreja à celebração do Sínodo de outubro de 2023. Depois de ter refletido, nos anos anteriores, sobre os verbos «ir e ver» e «escutar», como condição necessária para uma boa comunicação, a emergência de uma comunicação não hostil é ainda mais necessária, por isso o Papa Francisco destaca a importância de «falar» a verdade com misericórdia, fazendo isso com amor.
O Papa recorda que: “De modo particular nós, cristãos, somos exortados a guardar continuamente a língua do mal (cf. Sl 34, 14), pois com ela – como ensina a Escritura – podemos bendizer o Senhor e amaldiçoar os homens feitos à semelhança de Deus (cf.Tg 3, 9). Da nossa boca, não deveriam sair palavras más, «mas apenas a que for boa, que edifique, sempre que necessário, para que seja uma graça para aqueles que a escutam» (Ef 4, 29)”.
Os “agentes de comunicação” são chamados a rejeitar “expressões sensacionalistas e agressivas” e apostar numa comunicação que seja narração da “verdade com coragem e liberdade”. A crueldade pode envenenar os corações e intoxicar as relações, por isso precisamos que todos se esforcem para que a comunicação não provoque uma aversão que gere ódio e conduza ao confronto, mas ajude as pessoas a refletir calmamente, a decifrar com espírito crítico e sempre respeitoso a realidade onde vivem.

  • Pe. José Antonio Soares (Assessor Diocesano da Pastoral da Comunicação)

Comments are closed.