A desigualdade entre gêneros no Brasil e no mundo tem ganhado visibilidade. E estando no mês em que se comemora o dia Internacional das Mulheres, fazemos uma avaliação de seu caminho até aqui. A despeito dos avanços sociais, valores enraizados do patriarcalismo em nossa formação como indivíduos ainda tem forte influência. É necessário superar a forma com que os gêneros são postos, nós mulheres somos mais do que nos foi imposto a ser.
Segundo o IBGE, mesmo com tantas transformações ocorridas ao longo dos últimos anos (crescente escolarização feminina, maior acesso à informação, maior participação no mercado de trabalho) as mulheres seguem dedicando mais tempo aos afazeres domésticos. Isso porque, as ocupações domésticas são tratadas como dever feminino, sendo aos homens apenas uma ajuda. Enquanto essa cultura estiver enraizada em nossa sociedade, tal pensamento não será dissolvido.
Quando uma mulher opta por não ter filhos, ou por tê-los mais tarde, ela é julgada por não cumprir suas obrigações, de acordo com o que lhe é imposto pela sociedade. No entanto, as primeiras perguntas feitas em entrevistas de trabalho são “é casada?” “tem filhos?” como se o fato de ter filhos, ou não, faria-me mais qualificada ou não para o cargo. Esse tipo de questionamento quase nunca é feito para os homens.
E quando se analisa a questão salarial, vimos que nós mulheres enfrentamos novos desafios. Pesquisas apontam que há uma tendência de aumento da escolaridade feminina em relação à masculina, porém o salário mensal deles, no Brasil, foi em média R$570,00 reais maior em 2019, de acordo com o IBGE. Mesmo com mais estudo, nós mulheres, ainda assim, ganhamos menos, algo injusto. Por mais que a sociedade pregue igualdade, essa atitude não é alcançada por todos, muito pelo contrário, contribuem para que ações machistas e opressoras aconteçam o tempo todo.
Por não estar desvinculada dessa sociedade, a mídia reforça a visão sexista do mundo. Portanto, um futuro igualitário permanecerá fora de alcance enquanto as mulheres não tiverem a garantia de igualdade salarial, participação e oportunidades na vida, econômica, política e social. E necessário envolver órgãos públicos para atuarem na redução da discriminação do gênero. E essa luta não deve ser somente nossa, mas de todos que querem viver em um mundo mais justo e ético socialmente.
Julia Adrielli Pazini de Souza
(Estudante do E.E. Juvenal Giraldelli)