Mais uma vez chegamos ao final do ano com muitas coisas para comemorar e relembrar. Tivemos experiências muito ricas, lutas difíceis, surpresas emocionantes e muitas oportunidades para crescer e aprender. Ao olhar para frente ficamos certos de que tudo se repetirá novamente, e mesmo assim, ansiamos por mais um ano.

         A maior festa que marca o fim de ano é, sem dúvida, o natal. Por mais que esta data esteja associada ao comércio e todas as artificialidades que marca um evento que se tornou popular, para os cristãos a data representa muito mais do que a correria e comilança louca que se vê por aí. Para nós o natal é diferente: ele é pensado à luz da teologia que o envolve. Nesse caso, ele não tem sentido se resumir-se apenas a uma festa popular onde o verdadeiro personagem fica de fora, relegado a uma posição sem destaque numa festa na qual ele sempre deveria ser o personagem principal, não apenas em um período histórico marcado pelo calendário e limitado apenas à manjedoura na qual nasceu, mas em todo o tempo.

         Assim, quero pensar em algumas marcas que esse período de natal pode nos proporcionar. A primeira motivação que o natal deve incutir em nós deveria ser o ato de pensar no amor como a expressão maior que nos move para uma vida plena diante de Deus e dos homens. O amor é a causa de Jesus ter nascido. Deus tem tanto amor que enviou seu Filho para que a vida eterna fosse possível a nós. Dessa forma, não há possibilidade bíblica do amor ser apenas teórico, expresso em palavras e não em atitudes. O amor de Deus é um modelo de como devemos amar nosso próximo.

Mas esse amor de Deus tem uma característica especial: ele é voltado na direção do outro. O mundo está saturado de pessoas que entendem a expressão do amor apenas em termos pessoais. O amor voltado apenas a si mesmo causa muitos males e fica distante do que Jesus falou: amar a Deus e amar ao próximo. É possível abrir os olhos e ver além de si mesmo; ver que Deus coloca centenas de pessoas à nossa volta ara serem amadas, servidas e abençoadas com o amor que ele mesmo nos dá.

         Outra motivação deve ser a marca do serviço consagrado a Deus. Jesus definiu a sua missão como “servir e dar a vida em resgate por muitos” (Marcos 10.45). Ele atendeu pessoas, foi de cidade em cidade ao encontro dos necessitados e sempre tinha uma palavra de ânimo e fé a quem quisesse ouvi-lo. Algumas vezes ele ficou cansado nessa tarefa, mas nunca abandonou que precisava dele. Deus nos chama para isso também. Há um chamado para que possamos alimentar vidas, ir ao encontro dos que perderam o sentido da existência e procurá-las onde estão para que tenham a graça como experiência prática.

         Os anjos trouxeram a mensagem aos pastores que guardavam os rebanhos para que fossem à cidade e encontrassem o recém-nascido. Embora a maioria dos judeus estivesse cansada de esperar a promessa do nascimento do Messias, a mensagem dos pastores despertou neles a fé e a esperança para uma nova vida marcada pela adoração. Podemos adorar a Deus com aquilo que temos. E podemos acender esperança e alegria nas pessoas conforme a disposição de ser instrumentos nas mãos do Senhor.

         Nestes tempos difíceis em que vivemos Deus nos chama para uma missão: amar, servir e levar o Evangelho para todos. Essa é a nossa missão.

Rev. Onildo de Moraes Rezende (Pastor da Igreja Presbiteriana de Jales, Bacharel em Teologia, Licenciado em Pedagogia, Pós-Graduado em Docência Universitária, Mestre em Aconselhamento)

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