É impressionante como ainda em pleno século XXI, ano de 2022, há relatos de dominação masculina sobre a mulher. Mulheres casadas, com filhos, cujos maridos querem ter a mulher sob domínio, acham ruim ou não gostam que “suas mulheres” saiam sem eles, ou simplesmente vão ali à esquina sem sua presença. Fico me perguntando quando isso vai acabar, será que um dia não terá mais isso? Será que essas mulheres sabem que isso é um tipo de intimidação, privação da sua liberdade?
Estar em um relacionamento, seja qual tipo for, requer confiança e não aprisionamento. Claro que cada casal irá estabelecer os seus acordos, mas isso não quer dizer que a mulher precisa ser refém ou submissa ao homem. E se engana quem acha que esse tipo de relato vem só de pessoas de nível social mais baixo, com poucos recursos e informações, pelo contrário… Digo isso pra mostrar que essa questão do machismo está em todas as classes sociais, infelizmente, e que o sofrimento da mulher também está em todas as classes.
“Mas tem o lado bom” elas dizem. Qual o lado bom de ser prisioneira? De ter uma pessoa ao seu lado que acha ruim que você exerça seu direito de ir e vir? Eu, sinceramente, não sei qual é e elas também não sabem dizer ao certo. O que dizem é: “a gente precisa deles”. Precisa pra quê? A mulher trabalha, cuida dos filhos, precisa desse tipo de homem pra quê mesmo?
Enquanto existir essas histórias e eu tiver a oportunidade de alertar sobre esse tipo de situação, vou alertar. Sei também que é muito difícil pra mulher aceitar e enxergar que precisa de ajuda pra sair desse ciclo vicioso, dessa dependência emocional, mas se eu conseguir que uma mulher se liberte, já valerá a pena.

Jéssica Amadeu de Freitas
Psicóloga de orientação psicanalítica
CRP 06/118656
(17) 99616-1564

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