Cresce o número de adolescentes procurando psicoterapia com queixas de problema de relacionamento, depressão, ansiedade, e também pais buscando ajuda psicológica por dificuldade em saber lidar com os filhos. A adolescência caracteriza-se por um período de transição, no qual tudo é muito intenso, estão na busca de sua identidade e pertencimento em um grupo, querem ser independentes, mas nem sempre agem para adquirir essa autonomia.
Na adolescência pais e filhos vivem conflitos, pois tem gostos e interesses distintos. Hoje há um movimento político e ideológico que intensificou esses conflitos, podemos observar padrões de educação ineficazes e até mesmo ultrapassados, há um aumento de conflito com o próprio “eu”, há novas formas de se relacionar, pensar. Também não podemos deixar de pensar no aumento da competitividade, luta pela independência e sobrevivência; e negligencia de muitos pais que pelo caminho mais fácil, não pensam nas consequências a curto e médio prazo da saúde de seus filhos.
Os altos índices de problemas de saúde resultantes de fatores comportamentais indicam a necessidade de se construir habilidades de enfrentamento mais saudáveis entre os jovens. Algumas das habilidades a serem desenvolvidas são habilidades de tomada de decisão, de controle da impulsividade, de pensamento consequencial e de habilidades sociais, como estratégias para auxiliar o adolescente a se proteger em situações de risco à saúde, fazer e responder perguntas, fazer e receber elogios, pedir e dar feedback nas relações sociais, iniciar e manter conversação, fazer e recusar pedidos, manifestar opinião, desculpar-se, expressar sentimentos, lidar com as críticas e com a pressão do grupo, entre outros (Del Prette & Del Prette, 2001).
As habilidades sociais devem ser construídas desde a infância e déficits comprometem fases do ciclo vital. A melhora no desempenho de habilidades sociais constitui um fator de proteção à saúde e de desenvolvimento do indivíduo por favorecer o aumento da autonomia, da autoestima e do suporte social. Um desempenho social com habilidades sociais pode prevenir comportamentos de risco à saúde, já que pode tornar o adolescente capaz de decidir por si mesmo, de recusar convites danosos à sua saúde e de discordar do grupo em momentos de pressão para uso de drogas, por exemplo. Isso justifica a inserção do Treinamento em Habilidades Sociais em intervenções para a prevenção e promoção de saúde de adolescentes.

Amanda Sabatin Nunes
Especialista Clínica em Psicoterapia Comportamental (ITCR-Campinas)
CRP 136588/6

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