A melatonina é um hormônio produzido por diversos animais e plantas, inclusive por nós seres humanos. Em animais é produzida pela glândula pineal, localizada no cérebro. É um hormônio sintetizado a partir do triptofano, um aminoácido presente em carnes principalmente.
Naturalmente ela é produzida para induzir o sono em ambientes escuros e quando existe uma diminuição da excitação cerebral, na presença de luz e estímulos eletrônicos sua produção fica muito prejudicada. Existe uma produção da melatonina durante o dia, porém mínima. Produzimos em grande quantidade quando bebê e na infância e sua produção é bem reduzida com o passar dos anos e na velhice.
Diferente do que se pensa a ação da melatonina no organismo vai muito além de regular o sono.
Popularizada na última década, no Brasil ainda sofre algumas restrições na comercialização, porém nos Estados Unidos pode ser encontrada em qualquer mercado ou farmácia, muito conhecida por ser um regulador natural do sono, ela vem sendo estudada cada vez mais, e seus benefícios vem sendo descrito por várias entidades científicas e publicadas nas mais renomadas revistas médicas do mundo.
Além de regular o sono, ela regula o ciclo sono-vigília, sincroniza o ritmo circadiano, contribuindo para um sono reparador e um despertar com organismo recuperado.
Dentre suas ações podemos ressaltar sua potente ação antioxidante, sendo responsável por eliminar uma grande parte dos radicais livres produzidos em nosso organismo, o diferencial é que ela ultrapassa várias barreiras do organismo e pode estar presente onde pouquíssimos antioxidantes chegam, por exemplo na mitocôndria celular, ou seja, no local exato de formação dos radicais livres, por isso tem uma potente ação antioxidante.
Também atua como um agente imunomodulador, aumentando a defesa do organismo e reduz as complicações de doenças como diabetes por exemplo. Também entra no metabolismo e equilíbrio de produção de glicose noturna pelo fígado e controle da insulina pelo pâncreas, pois age diretamente na liberação do cortisol, hormônio do estresse. (É antagonista ao cortisol, inversamente proporcional/quando a melatonina está elevada o cortisol automaticamente diminui).
Muitos estudos estão sendo publicados relacionando os benefícios do uso da melatonina na vigência de câncer e quimioterapia por ter uma possível ação na redução do tumor e diminuir a toxicidade da quimioterapia e dos agentes quimioterápicos.
Além desses são citados vários outros benefícios da melatonina como redução da pressão arterial noturna, efeito analgésico em dor crônica, proteção da pele contra a ação dos radicais livres, ação protetora do trato gastrointestinal e até na covid 19 já temos alguns estudos demostrando a diminuição da virulência.
O principal sinal da deficiência da melatonina está relacionado com as alterações de sono, despertar e inconsistência do sono com dificuldade de voltar a dormir, além do estresse exacerbado, fadiga e cansaço extremo.
Para uma boa produção da melatonina é necessária uma boa rotina do sono, com luzes apagadas e sem eletrônicos por perto, atividade física e uma alimentação rica em triptofano (banana, carne, laticínios, amêndoas e kiwi).

  • Dra. Eliane Cervantes (Médica nutróloga – Clínica Top Body)

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