A escoliose é um desvio postural da coluna vertebral, sua característica é uma curvatura lateral podendo estar associada ou não à rotação dos corpos vertebrais. Trata-se de uma condição potencialmente progressiva relacionada ao sexo, idade de surgimento e grau da curvatura (IUNES et al, 2010).
Segundo estudos a escoliose é reconhecida como a 5ª patologia mais comum em desenvolvimento na adolescência. No Brasil, possui prevalência de 2% a 4% em indivíduos entre 10 e 16 anos de idade (SANTOS et al, 2021).
A escoliose pode ter algumas causas, sendo elas, funcional, que são curvaturas que surgem para compensar algum desajuste secundário do corpo; congênita, que é um tipo de escoliose hereditária; neuromuscular, ligada a desequilíbrio muscular, traumas, doenças degenerativas e que está relacionada ao crescimento da criança; lombar degenerativa, ligada ao envelhecimento, onde ossos, músculos e ligamentos começam a enfraquecer; e, a escoliose idiopática, de causa desconhecida (CARVALHO et al, 2021).
Esta patologia pode surgir de dois tipos: funcional e estrutural, podendo ser em forma de “S” com duas curvas, onde a curvatura maior é considerada primária, e em forma de “C” com uma única curva (PETRINI et al, 2015).
A rotação das vértebras está relacionada com as curvaturas anormais, devido à rotação e inclinação que elas sofrem. Os músculos de um lado da curvatura estão sempre encurtados e do outro lado, alongados (MARQUES, 1996).
Este distúrbio postural pode ter como consequência imediata os sintomas dolorosos, como dores na coluna, nos ombros e nos joelhos que são os mais comuns. Porém, podem manifestar-se em outras regiões, especialmente se não forem adotadas medidas preventivas de reeducação postural (ALMEIDA, 2017).
Seu diagnóstico, geralmente, requer exames de imagem regulares durante os anos de crescimento, sendo importante detectar em seu estágio inicial para assegurar a não progressão da curva (TAVARES et al., 2015).
O diagnóstico tardio pode gerar transtornos estéticos e complicações graves, devido às modificações que envolvem as estruturas das vértebras e costelas, além de comprimir as raízes nervosas, reduzir a flexibilidade e instalar quadros infecciosos pulmonares (Santos et al, 2012).
Segundo Toledo et al (2011) o resultado do tratamento para escoliose depende da causa, da localização e da gravidade da curvatura. Uma das formas de tratamento é a fisioterapia, onde são realizados exercícios na finalidade de realinhar a coluna e a técnica de Reeducação Postural Global (RPG) trazendo grandes benefícios para a melhora da escoliose.
O Método Pilates também pode ser utilizado no tratamento da escoliose, tendo como objetivo evitar que essa deformidade aumente. Os exercícios incluem alongamento, fortalecimento e equilíbrio corporal, o que auxilia na promoção de um melhor alinhamento vertebral (VASCONCELOS, 2019).
Outra intervenção que pode ser utilizada dependendo do grau da curvatura da escoliose é o uso de órteses, com o objetivo de melhorar as deformidades e inibir sua progressão (OLIVEIRA et al, 2015).
A indicação primária para correção das escolioses é controlar por meio de métodos conservadores. Porém, curvas acima de 50 graus medidas pelo método de Cobb e também a não aceitação da deformidade pelos pacientes devem ser consideradas na indicação do tratamento cirúrgico (DEFINO et al., 1997)
Os alunos do 9° semestre de fisioterapia são capacitados durante a formação para o atendimento de pacientes com escoliose. Este serviço está disponível a toda população nas Clínicas Integradas da Fundação Educacional de Fernandópolis.
Coordenadora do Curso: Luciana Marques Barros.
Docentes Supervisoras: Grasiela Amato de Freitas Gomes, Rosana de Fátima Garbin.
Discentes: Bianca Adriene Ribeiro Vasconcelos, Eduarda Vono de Souza, Fernanda Vieira Meneses, Greiciely Von Ancken de Souza Saran, Isabele Marcolin Gonçales, Leiziane Sartti, Letícia Batista Alves e Rafaela Andrade Lemes.
Referências Bibliográficas:
ALMEIDA, D. O., 2017. O uso da Bola Suíça como recurso ergonômico para a prevenção e tratamento da escoliose adquirida. Disponível em: https://scholar.google.com.br/scholar?start=20&q=Escoliose+causas&hl=pt-BR&as_sdt=0,5#d=gs_qabs&u=%23p%3D5LUptlwygyUJ. Acesso em: 31 mar. 2022.
BARSOTTI, C. E. G., 2022. Escoliose. Disponível em: https://drcarlosbarsotti.com.br/patologias/escoliose/. Acesso em: 21 abr. 2022
CARVALHO, J. A. C., et al. Guia Preventivo para Escoliose em Jovens. Paripiranga-BA: Even3 Publicações, 2021. Disponível em: https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/13535/1/Escoliose_Ok.pdf. Acesso em: 31 mar. 2022.
DEFINO, H. L. A. et al., 1997. Correção cirúrgica da escoliose pelo método de Zielke. Disponível em: https://rbo.org.br/detalhes/2922/pt-BR/correcao-cirurgica-da-escoliose-pelo-metodo-de-zielke. Acesso em: 21 abr. 2022.
IUNES, D. H., et al, 2010. Análise quantitativa do tratamento da escoliose idiopática com o método klapp por meio da biofotogrametria computadorizada. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbfis/a/tDpXMKnPmJfZk8tSdYsvWwg/abstract/?lang=pt. Acesso em: 31 mar. 2022.
MARQUES, A. P., 1996. Escoliose tratada com Reeducação Postural Global. Fisioterapia e Pesquisa, 03 (1), 65-68. Disponível em: https://doi.org/10.1590/fpusp.v3i1.75631. Acesso em: 31 mar. 2022.
OLIVEIRA et al., 2015. Fisioterapia como método de tratamento conservador na escoliose. Disponível em: https://revista.faema.edu.br/index.php/Revista-FAEMA/article/view/308. Acesso em: 01 abr. 2022.
PETRINI, A. C., et al, 2015. Fisioterapia como método de tratamento conservador na escoliose: uma revisão. Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente, 06 (2), 17–35. Disponível em: https://doi.org/10.31072/rcf.v6i2.308. Acesso em: 31 mar. 2022.
SANTOS, G. O., et al, 2021. Os efeitos do Pilates em adolescentes com escoliose idiopática diagnosticada – uma revisão de literatura. Disponível em: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/23613/18976. Acesso em: 07 abril 2022.
SANTOS, L. M., et al. Avaliação postural por fotogrametria em pacientes com escoliose idiopática submetidos à artrodese: estudo piloto. Fisioterapia em Movimento, v. 25, n. 1, p. 165 -173, 2012.
TAVARES, G.M.S. et al. Tratamento de escoliose pela reeducação postural global (RPG) em indivíduos totalmente cegos: uma série de casos. Revista Scientia Medica, v. 25, n. 3, 2015.
TOLEDO, P.C.V. et al. Efeitos da Reeducação Postural Global em escolares com escoliose. Fisioterapia e Pesquisa, v. 18, n. 4, p. 329-334, 2011.
VASCONCELOS, F. S. O. R., 2019. A utilização do método pilates, no tratamento de escoliose idiopática com pequenos graus de curvatura: uma revisão literária. Disponível em: https://diversitasjournal.com.br/diversitas_journal/article/view/916/864. Acesso em: 21 abr. 2022.
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