
Três pessoas presas pela Polícia Federal de Jales em maio de 2014 foram condenadas pelo juiz da 5ª Vara Criminal de Rio Preto, Cristiano Mikhail, a dois anos e três meses de prisão por estelionato e associação criminosa. Os três foram denunciados pelo Ministério Público por aplicar golpes em políticos, inclusive na região. A pena será cumprida em regime aberto. Os condenados são José Marcos Morau, Anunciada Chistiane Queiroz de Macedo e Francisco Bugarin Barbosa.
Os três foram presos em Rio Preto, depois de denúncia de dois políticos da região que suspeitaram da ação do grupo. Eles procuravam políticos e afirmavam que tinha dinheiro de caixa 2 de campanhas eleitorais. Eles se apresentavam como assessores de deputados federais e senadores e faziam a proposta de comprar dólares em valor bem acima ao de mercado. A oferta chegava a R$ 4 por cada dólar, sendo que a cotação era de cerca de R$ 2 na época.
DINHEIRO FALSO
A Polícia Federal de Jales apreendeu R$ 600 mil com o grupo, entre dinheiro falso e verdadeiro. Também foi encontrada agenda com 127 nomes de políticos da região de Rio Preto, Barretos e de Minas Gerais. A relação tinha nomes de políticos de 63 cidades, entre as quais Fernandópolis, Votuporanga, Guapiaçu, Olímpia e José Bonifácio.
Reportagem publicada no Diário da Região informa que as vítimas que acreditavam nos golpistas conseguiam valores de 50 mil a 250 mil dólares para trocar por reais, segundo apuração da Polícia Federal. O golpe consistia em entregar dinheiro falso em troca dos dólares. Para enganar os políticos, eram colocadas cédulas verdadeiras de real apenas nas extremidades dos pacotes de dinheiro. A operação foi batizada de “Mala Preta” em alusão à cor de mala de dinheiro apreendida com o grupo. Um dos presos, Bugarin, era investigador de polícia no Rio de Janeiro. Um candidato a vereador de Mirassol e outro de Guaíra, na região de Barretos, caíram no golpe em 2012.
A Justiça de Rio Preto também determinou leilão de veículos que foram apreendidos na ocasião da operação. O processo tramita em sigilo. A condenação foi publicada no “Diário Oficial de Justiça” nesta quarta-feira, 11.
AMPLIAÇÃO
Ainda segundo o jornal riopretense, o promotor que ofereceu a denúncia contra os três, Julio Sobottka afirmou nesta quarta que ainda precisa tomar ciência do conteúdo da decisão para avaliar se entra com recurso para que a condenação dos três criminosos seja ampliada. “Quando tomar ciência, vou analisar se é caso de entrar com recurso”, disse.
Os três condenados ficaram presos até dezembro de 2014. Eles conseguiram deixar a prisão em dezembro de 2014 após decisão favorável a recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Os três também podem recorrer da decisão. Os advogados do trio não foram localizados para comentar a sentença.