Você também faz parte desse enorme time que aproveita essa fase do ano para prometer uma mudança drástica de vida?
É do grupo que jura, no ano que vem, fazer uma dieta mais saudável, talvez até sem carne vermelha? E compromete-se a uma prática diária de exercícios físicos para melhorar o corpo e a alma?
É da turma que deseja iniciar 2022 com meditação diária seguida de frases permanentes de gratidão mesmo antes do café da manhã de todos os dias?
É verdade que o momento é propício para essas ações. E existe, sim, um aspecto positivo nesse ritual de passagem: trata-se de fazer um balanço do que se vivenciou, reconhecer todas as falhas e os erros cometidos, mas especialmente ter a dimensão daquilo que é necessário mudar e melhorar.
Encerrar ciclos faz parte da vida. Quem segue repetindo as mesmas ações por muito tempo pode se perder. Acreditar que o mundo se resume naquele aquário que a pessoa está mergulhada é muito triste. O mundo, com certeza, é muito maior do que aquilo que você já domina.
Sabia que a graça da vida pode estar no inesperado? A expressão “pensar fora da caixa” é a ideal. Precisamos sair da nossa caixinha, do nosso cubículo e enxergar além da bolha, do nosso mundinho. Tem vida acontecendo lá fora.
Muitas pessoas, por exemplo, ficam tristes quando perdem os empregos, algo tão comum no Brasil principalmente em tempos de pandemia, não é? Mas com exceção daqueles que ficam sem dinheiro, trocar de emprego não precisa ser uma experiência dolorosa.
Um novo lugar, novos companheiros e, principalmente, novos conhecimentos devem ser sempre bem-vindos, pois o crescimento é certo. É porque quando nos acostumamos a um lugar e as mesmas pessoas, deixamos de evoluir. A novidade, os desafios é que nos aperfeiçoam.
Quantas pessoas você conhece que por perderem o emprego descobriram talentos que ficariam enterrados na rotina do cotidiano do pão-nosso-de-cada-dia? Conheci várias ao longo dos últimos meses.
Tenho uma colega que após deixar o magistério se descobriu no artesanato, faz velas decorativas em grande escala já faturando mais do que recebia de salário.
Mais do que um amigo/amiga foi empreender na área culinária e estão decolando, seja com bolos e doces, salgados, refeições fit ou comidas congeladas.
Conheço alguém ainda que está ganhando mais fazendo “amigures”, aqueles bonequinhos de crochê, do que ganhava antes no trabalho das 8h às 18h. Ela ainda debocha de mim, brincando: “trabalho em casa, com roupas confortáveis, chinelos, no meu melhor horário, ouvindo música ou vendo TV”. Dito assim nem parece trabalho, não é mesmo?
Assim, minha dica para você neste final de ano e início de 2022 é: não tenha medo. Ouse. Arrisque. E pra repetir uma aprendizagem da internet fica a dica: “Se a vida te der limões, faça um bolo de chocolate com cobertura de brigadeiro e deixe todo o mundo se perguntando como você consegue”.

  • Ayne Regina Gonçalves Salviano (É jornalista, professora mestre em Comunicação e Semiótica. Empresária no ramo da Educação em Araçatuba e Birigui )

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