No final de outubro de 2021, Mark Zuckerberg, CEO e fundador do Facebook, anunciou que sua empresa, que envolve a rede social homônima, a rede social Instagram e o mensageiro WhatsApp, passou a se chamar Meta, em alusão ao conceito de metaverso. Mas o que seria “um” ou “o metaverso”?
O termo foi usado pela primeira vez na obra do gênero cyberpunk Snow Crash, do escritor Neal Stephenson, em 1992. Ele se refere à junção do prefixo originário do grego “meta”, que significa “além”, com o termo “universo”, entendido como todas as coisas que existem. Portanto, o seu significado literal, e bem pretensioso, seria algo como “além do universo”. Na Wikipedia, o termo é definido como “…um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade através de dispositivos digitais”.

O mundo dos games apresentou uma proposta de metaverso em 2003, com o jogo Second Life (Segunda Vida, em tradução livre).

No mundo virtual do game, o usuário, representado por um avatar, pode interagir com outros usuários, visitar pontos turísticos, além de participar de festas e outros eventos. O game também possui moeda própria, que pode ser usada para comprar acessórios para o seu avatar. A gigante Nike foi uma das primeiras empresas a apostar na ideia, criando um marketplace no game. Em 2008, a aclamada banda irlandesa U2 chegou a fazer um show por lá. Incrível, não?
Indo além da proposta de Second Life, o metaverso deve proporcionar uma série de aplicações. Entretanto, para que esse “novo mundo” seja possível, obviamente precisamos integrar diversas tecnologias da informação e comunicação, sendo as principais a realidade virtual, realidade aumentada, realidade mista, inteligência artificial, conectividade 5G, entre outras. A tecnologia 5G será a base, considerando as altas taxas de transferência de dados que a complexidade do metaverso exigirá.
Para entender melhor como você poderia interagir nesse mundo virtual, imagine que você queira comprar um novo veículo, mas está sem tempo de ir até a concessionária para fazer um test drive. Nesse cenário, o metaverso possibilitará que você coloque óculos inteligentes de realidade virtual, visite a concessionária, interaja com os vendedores por meio de um avatar (sua representação no mundo digital) e, finalmente, dirija o veículo. Isso é o que conhecemos como “experiência imersiva”.
As possibilidades de aplicação dessa tecnologia levam a questionamentos de muitos especialistas, como os relacionados à criação de um ou muitos metaversos. Se cada organização criar sua própria versão, certamente acontecerá uma segregação, limitando o potencial e o alcance. Agora, se pensarmos em um unimetaverso, como é a web, em que cada organização possui seu site ou minimundo, certamente acontecerá uma grande disrupção, lembrando o turbilhão que foi o surgimento da web no início dos anos 1990. Entretanto, diferente do que aconteceu no início da web, quando não sabíamos como capitalizar a rede, o metaverso se apropria de ideias novas e consolidadas, na esteira das criptomoedas, cultura de dados e inteligência artificial.
Atualmente as cinco grandes empresas de tecnologia agrupadas pela sigla GAFAM (Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft) possuem diferentes propostas, mas que poderão ser unificadas no futuro. Os principais desafios para a concepção desse novo mundo estão no desenvolvimento, integração e evolução de tecnologias capazes de viabilizá-lo, além da definição de regras e limites de interação.
Apesar dos muitos benefícios que o metaverso pode trazer sob o ponto de vista de acesso à informação, comunicação, interação e criação de novos negócios, há também muitos pontos polêmicos, que dizem respeito principalmente à privacidade e à liberdade dos seus usuários.
Estamos preparados para mais essa “nova novidade”?

Prof. Me. Jorge Luís Gregório
Docente da Fatec Jales
www.jlgregorio.com.br

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